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Tratado Pandémico é “uma rosa com espinhos”

ALS/ Canal S+
11-06-2025 17:32h

É uma péssima notícia que os Estados Unidos tenham ficado fora do tratado pandémico aprovado em abril, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O investigador do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM) Miguel Castanho, foi convidado do programa Efeito Placebo desta semana e analisou o impacto da saída dos Estados Unidos da OMS.

Miguel Castanho saúda a aprovação do tratado sobre pandemias, mas sublinha que “a rosa também tem espinhos”. Os espinhos, segundo o investigador do GIMM é a exclusão dos Estados Unidos, que após a tomada de posse de Donald Trump, anunciou a retirada da Organização Mundial da Saúde.

A Argentina, seguiu-lhe os passos e também saiu da OMS. Contudo, Miguel Castanho afirma que os dois países acabaram isolados na intenção de criar um organismo.  A prova disso é que a Assembleia Mundial de Saúde, que decorreu em Genebra, “ninguém votou contra” e o tratado foi aprovado com “o voto favorável da China e a abstenção de países como a Rússia ou o Irão”.

O impacto, refere Miguel Castanho, não se reflete apenas nas verbas que a OMS deixa de receber, mas também no facto do mundo ficar privado do contributo da máquina produtiva daquela que tem sido até agora, uma potencia tecnológica e científica. 

O tratado pandémico foi aprovado ao fim de três anos de negociações com o objetivo de garantir uma distribuição equitativa de vacinas e medicamentos entre países ricos e pobres.

O acordo reuniu o consenso de 192 países de todo o mundo, incluindo de Portugal.

Para a Europa, os obstáculos criados pelos Estados Unidos, a alunos e a universidades, representam uma oportunidade, pois segundo Miguel Castanho, o velho continente está a ficar para trás “na passagem da sua ciência e tecnologia para a economia e ser posta ao serviço de todos", além disso, enfrenta a competição da China. O investigador afirma que “a Europa não é um ecossistema fácil” e que a solução pode passar por “incentivos às empresas de base tecnológica”.

Miguel Castanho, investigador do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM) foi convidado do episódio desta semana de Efeito Placebo, um espaço de opinião do Canal S+ que pode ver todas as terças-feiras, às 21h.

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