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Ministro promete tolerância zero à "arrogância" no atendimento hospitalar em Moçambique

LUSA
09-06-2025 16:10h

O ministro da Saúde de Moçambique prometeu hoje medidas duras contra a “arrogância” de profissionais de saúde no atendimento hospitalar, considerando esse comportamento uma das “doenças” do setor e um desrespeito às necessidades do povo.

“A prepotência e a arrogância dos profissionais de saúde nas unidades sanitárias são algumas das doenças que enfermam o setor”, afirmou Usseine Isse, ao discursar, em Maputo, no lançamento da Semana de Saúde e Bem-Estar, no âmbito das comemorações dos 50 anos da independência de Moçambique.

Perante uma plateia que incluía profissionais de saúde e líderes comunitários, o ministro, que até janeiro, aquando da posse do atual Governo, sempre exerceu as funções de médico e cirurgião, por cerca de 30 anos, recordou que quem recorre a um hospital “vai buscar esperança”, mas em muitos casos encontra maus-tratos.

“Quando chega ali, há arrogância, há arrogância. Trata mal. Quando alguém chega, está doente, está no telefone, está a ouvir música, está a escrever, não está a falar com o doente”, criticou.

Isse sublinhou que a mudança de atitude é urgente e avisou que os comportamentos abusivos não serão tolerados: “Eu estarei implacável, serei implacável para esse tipo de prática. Eu não vou perdoar, porque o povo não pode sofrer por causa de uma pessoa”.

O ministro pediu ainda vigilância e responsabilidade coletiva, encorajando os profissionais a corrigirem internamente essas práticas.

“Quero que sejam vigilantes, cada um de vocês tem que ser vigilante, tem que ajudar o seu colega e não permitir que a arrogância tome conta dele”, apelou, considerando que as exigências do povo, quando procura um hospital, são simples.

“Um bom hospital, ser bem atendido, uma cama com lençol, uma manta, comida no hospital e medicamentos”, disse, reiterando o compromisso do Governo em melhorar a qualidade do atendimento e devolver dignidade aos serviços de saúde.

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