Quénia e China iniciaram conversações para a criação de centros de produção de vacinas e medicamentos no país africano, um projeto avaliado em 500 milhões de dólares (438 milhões de euros), informaram hoje as autoridades quenianas.
O ministro da Saúde queniano, Aden Duale, realizou hoje uma "reunião estratégica" com uma delegação chinesa liderada pela embaixadora do país asiático no Quénia, Guo Haiyan, para discutir o estabelecimento de centros locais de produção de vacinas e produtos farmacêuticos com tecnologia chinesa, afirmou o ministério da Saúde do Quénia em comunicado.
A iniciativa visa "fortalecer as cadeias de abastecimento do Quénia, reduzir a dependência das importações, criar emprego de acordo com a agenda de desenvolvimento do Governo" e posicionar o Quénia como líder continental no processo de fabrico de produtos sanitários, uma visão que se espera que se torne realidade até 2028 com o apoio do Governo chinês, explicou o departamento de Duale.
O ministro queniano também acolheu com satisfação a oferta da China de 500 bolsas de estudo e 20 programas anuais de intercâmbio, considerando-a um investimento fundamental para a futura liderança do Quénia nesse setor.
Duale também elogiou o apoio da China por meio de empresas de tecnologia como a Huawei, que participaram no equipamento de centros de saúde rurais e capacitaram milhares de profissionais de saúde, de acordo com o comunicado oficial.
A reunião ocorreu depois da visita oficial do Presidente do Quénia, Willam Ruto, à China em abril, na qual se reuniu com o homólogo chinês, Xi Jinping.
Xi afirmou então que, "independentemente das mudanças internacionais, a política de sinceridade, amizade e boa fé da China em relação a África não mudará", num momento de incerteza mundial devido às políticas unilaterais do Presidente dos EUA, Donald Trump.
Por seu lado, Ruto salientou que o Quénia "valoriza o papel da China como estabilizador na atual situação turbulenta" e como protetor dos interesses do sul global.