O Governo brasileiro espera poder decretar o fim da gripe aviária no país dentro de duas semanas, após a deteção do vírus numa propriedade comercial, em maio, ter obrigado a limitar as exportações de frango.
“Nós estamos com 14 dias de vazio sanitário e já não há morte de animais, portanto, o que já fica muito comprovado é que o caso [de gripe aviária detetado] não saiu da granja [propriedade] para fora e o sistema brasileiro funcionou”, disse o ministro da Agricultura brasileiro Carlos Fávaro numa conferência de imprensa.
“Estamos na expectativa de que em breve, no final dos 28 dias, possamos já reduzir significativamente as restrições comerciais até a volta completa à normalidade da comercialização [do frango brasileiro]”, acrescentou.
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, respondendo por 35% do mercado global.
Em 16 de maio, o país confirmou o registo de um caso de gripe aviária numa propriedade de criação de frangos para fins comerciais numa localidade Rio Grande do Sul, e anunciou uma série de medidas.
Desde então, as exportações brasileiras de carne de frango para dezenas de países e blocos estão sujeitas a diversas restrições.
Fávaro disse que 21 blocos e países, incluindo a União Europeia e a China, impuseram restrição total à compra de frango brasileiro, 14 países determinaram a suspensão de importações de frangos produzidos no estado do Rio Grande do Sul e quatro países determinaram apenas a suspensão da compra de frangos produzidos na cidade de Montenegro.
Aos jornalistas, Fávaro relatou que já iniciou negociações para diminuir a restrição total das exportações junto da União Europeia, a China e o México.
“A União Europeia já encaminhou um questionário para o Ministério da Agricultura e nós já respondemos e estamos devolvendo à União Europeia na expectativa de que eles reduzam a restrição comercial. Com a China já iniciamos conversas, México também, como Iraque, Coreia do Sul, África do Sul, são dezenas de países que já começaram as negociações”, afirmou o ministro sem mencionar a decisão do Governo chinês que alargou no último sábado o embargo imposto à carne de frango brasileira.
No ano passado, as exportações de carnes de frango (considerando todos os produtos, entre ‘in natura’ e processados) do país sul-americano totalizaram 5,294 milhões de toneladas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A mesma associação informou que a China foi o maior destino das exportações brasileiras de frango em 2024, com 562,2 mil toneladas, enquanto a União Europeia foi o sétimo maior, com 231,9 mil toneladas.