O Tâmega e Sousa quer acabar com o “pingue pongue” dos utentes entre centros de saúde e hospitais, através do diálogo entre profissionais dos dois sistemas, que não existia, segundo a Unidade Local de Saúde da região.
“Verificámos que estas duas organizações não falavam entre sim, o que era normal, porque eram organizações diferentes e os profissionais estavam habituados a viver em função da sua organização”, disse à Lusa o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Tâmega e Sousa, Henrique Capelas.
Criada no início deste ano, aquela ULS integra os hospitais de Penafiel e Amarante e cerca de 70 equipamentos da rede de cuidados de saúde primários (centros de saúde), de 11 municípios.
Recentemente, contou o responsável, foi possível reunir uma centena de médicos dos dois sistemas que agora estão na mesma ULS, com o objetivo de promover a sua integração.
“O facto de haver uma só organização, que engloba as duas anteriores, exige muito trabalho. Nós começámos logo por juntá-los, para eles falarem uns com os outros. Isso é fundamental para comunicar”, referiu.
A integração entre os cuidados de saúde primários e os hospitais é, admitiu depois, “uma tarefa demorada”, porque obriga a “uma mudança de paradigma e de cultura, que vai dar algum trabalho”.
Observando que o propósito desta fase é servir melhor o cidadão, destacou que “isso só acontecerá em saúde se houver profissionais efetivamente focados no cidadão, sentindo que pertencem à mesma organização”.
Henrique Capelas mostrou-se convencido de que as novas ULS, de âmbito regional, como a do Tâmega e Sousa, permitirão “criar as condições para que os profissionais de saúde se sintam mais motivados e envolvidos”.