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População destrói casa de profissional de saúde acusado de espalhar cólera em Moçambique

Lusa
01-04-2024 20:03h

Três pessoas foram detidas por terem incitado a população a agredir e destruir a casa de um técnico de saúde acusado de espalhar a cólera no distrito de Moma, norte de Moçambique, disse hoje a polícia.

Rosa Chaúque, porta-voz da polícia na província de Nampula, onde se localiza o distrito de Moma, afirmou que os três homens estão “sob custódia e o técnico de saúde "já saiu do hospital”, onde esteve internado, após ser atacado por populares.

“Os indiciados encontram-se sob custódia, o técnico de saúde está na sua residência e a situação está controlada”, afirmou Chaúque.

A polícia e as autoridades da saúde estão a promover campanhas de educação e sensibilização da população sobre a cólera, explicando que as ações de combate à doença realizadas por profissionais da saúde não visam a disseminação da enfermidade, acrescentou.

As autoridades sanitárias moçambicanas registaram 14.712 casos de cólera em cinco meses, que provocaram durante o atual surto 32 mortos, indicam dados oficiais a que a Lusa teve hoje acesso.

De acordo com o mais recente relatório sobre a progressão da doença, elaborado pelo Ministério da Saúde e com dados de 01 de outubro de 2023, início do atual surto, até 31 de março de 2024, a taxa de letalidade mantém-se em 0,2%.

No relatório acrescenta-se que dos 14.712 casos cumulativos notificados em cinco meses, 4.926 (33,5%) foram reportados pela província de Nampula, 2.734 (18,6%) em Tete, 2.402 (16,3%) em Cabo Delgado, 2.282 (15,5%) na Zambézia, 1.571 (10,7%) em Sofala, 428 (2,9%) em Niassa, 320 (2,2%) em Manica e 49 (0,3%) em Maputo (província).

A cólera é uma doença, tratável, que provoca fortes diarreias e que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

É causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que mil milhões de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença, apontando, já em outubro, Moçambique como um dos países de maior risco.

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