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Médicos do Quénia em greve exigem melhores salários e condições laborais

Lusa
22-03-2024 11:47h

Centenas de médicos quenianos protestaram hoje nas ruas para exigir melhores salários e condições de trabalho, no âmbito de uma greve nacional que entrou na sua segunda semana.

Os médicos empunharam cartazes e gritaram palavras de ordem contra o Governo queniano, criticando o facto de este não ter conseguido concretizar uma série de promessas, incluindo um acordo coletivo de trabalho assinado em 2017, após uma greve de 100 dias durante a qual morreram pessoas por falta de cuidados de saúde.

O secretário-geral do Sindicato dos Médicos, Farmacêuticos e Dentistas do Quénia disse que a greve vai continuar até que todas as exigências sejam satisfeitas.

"Não temos mais nada a perder a não ser as cadeias de pobreza e angústia que temos vivido", afirmou Davji Bhimji.

O impasse deixou milhares de quenianos sem os tão necessários serviços de saúde pública.

A ministra da Saúde, Susan Nakhumicha, indicou na quarta-feira que tinha dado instruções a dois hospitais de referência para recrutarem médicos para substituir os que estão a participar na greve nacional.

Bhimji afirmou que a contratação de novos médicos para substituir os que estão em greve não resolveria as questões laborais que causaram a paralisação.

Na quinta-feira, os médicos deixaram de prestar serviços de urgência nos hospitais públicos, intensificando a greve, apesar de uma ordem judicial que exige conversações entre o sindicato e o Ministério da Saúde.

O responsável pela função pública do Quénia, Felix Kosgei, reuniu-se na quinta-feira com funcionários do sindicato e de vários ministérios e disse que o Governo está disposto a aplicar o acordo coletivo de trabalho, mas por fases, devido a restrições financeiras.

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