A nova escola funcionará paralelamente ao Centro Médico Africano de Excelência (AMCE, na sigla em inglês), localizado também em Abuja.

O projeto baseia-se “na visão e nos conhecimentos especializados do King’s College em matéria de educação e formação no domínio dos cuidados de saúde para criar um modelo que beneficiará todo o continente africano”, lê-se num comunicado divulgado pelo Banco de Exportação e Importação de África (Afreximbank).

O continente africano, com uma população de 1,4 mil milhões de habitantes, alberga aproximadamente 17% da população mundial, com projeções de que este número duplique até 2050, mas “a cobertura dos serviços essenciais de saúde é pateticamente baixa, com apenas 48% das pessoas a poderem aceder aos serviços básicos de saúde”.

“Isto significa que mais de 600 milhões de africanos estão excluídos do sistema de saúde formal. Estima-se que África tenha menos de dois profissionais de saúde por mil pessoas, contra o rácio recomendado pela Organização Mundial de Saúde de, pelo menos, quatro profissionais de saúde por mil pessoas”, destaca-se na nota.

Em resultado deste défice, cerca de 80% do continente africano sofre atualmente de falta de pessoal médico, devido às elevadas taxas de saída de profissionais de saúde para trabalhar noutros países.

A OMS estima que o défice de profissionais de saúde atingirá cerca de 6,1 milhões até 2030, acentua o Afreximbank.

Na cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento, em 24 de novembro, o presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, classificou a data como histórica e disse que a parceria estabelecida com o King’s College “representa um passo corajoso em direção a um panorama de cuidados de saúde capacitado, definindo uma nova era para o continente”.

“A criação de uma escola de medicina e enfermagem de vanguarda é um passo significativo no sentido de garantir que África possui as competências e os recursos necessários para satisfazer as suas próprias necessidades em matéria de cuidados de saúde. Com o apoio do King's College de Londres, esta parceria tem o potencial de transformar o setor dos cuidados de saúde em África, proporcionando profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e cientistas de qualidade não só para África, mas também para o mundo. Juntos, embarcamos numa viagem que não só colmata as lacunas nos cuidados de saúde, como também redefine os padrões do ensino médico em África", salientou.

O vice-presidente sénior (Saúde e Ciências da Vida) do King's College, Richard Trembath, considerou que através do desenvolvimento das escolas de medicina e de enfermagem se pretende “estabelecer novos padrões de excelência na área da saúde e apoiar o enriquecimento académico”.

“Juntos, procuramos criar um impacto duradouro no bem-estar das populações de todo o continente africano", adiantou.