Durante os Diálogos Amazónicos, 19 bancos brasileiros prometeram investir 4,5 mil milhões de reais para projetos verdes na Amazónia. Ministra do Ambiente diz que "tem lugar para todas as atividades".
Uma coligação composta por 19 bancos públicos brasileiros comprometeu-se esta segunda-feira com 4,5 mil milhões de reais (830 milhões de euros) em financiamento para projetos verdes na Amazónia. O objetivo é a “geração de emprego, renda e alternativas para uma economia sustentável, criativa, de inovação e uma economia que mantenha a floresta em pé“, afirmou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, citado pela agência Brasil.
A assinatura foi feita na cidade amazónica de Belém, estado do Pará, durante os Diálogos Amazónicos, evento que antecede a Cimeira da Amazónia, organizada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e que juntará os oito países que têm no seu território a maior floresta do mundo.
Presente no evento, a ministra do Ambiente, Marina Silva, afirmou que o país tem “de reduzir o desmatamento, não com ação de comando e controle, mas com ações de desenvolvimento sustentável”. “A Amazónia tem lugar para todas as atividades. Tem lugar para o agronegócio de base sustentável. Tem lugar para o turismo, tem lugar para o extrativismo, tem lugar para os povos indígenas, tem lugar para bioeconomia”, acrescentou.
Desde sexta-feira, com o início dos Diálogos Amazónicos, até quarta-feira com o culminar da Cimeira da Amazónia, a maior floresta do planeta será o mais importante tema da América do Sul, numa consciência coletiva de que salvar a Amazónia é salvar o planeta. Terça-feira e quarta-feira decorre oficialmente a Cimeira da Amazónia.
Além dos oito países que compõem a Amazónia (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), foram convidados a Indonésia, a República Democrática do Congo e a República do Congo, nações que, juntamente com o Brasil, possuem as maiores florestas tropicais do mundo, bem como a França, pela Guiana Francesa.
Quase todos os chefes de Estado dos países da Amazónia marcarão presença no evento, com a exceção do Equador e Suriname. O Presidente de França, Emmanuel Macron, que é chefe de Estado da Guiana Francesa, ainda não confirmou presença. Noruega e Alemanha, países que financiam o Fundo da Amazónia, foram também convidados.
Aqui, os oito países amazónios deverão atualizar o Tratado de Cooperação Amazónica (TCA), assinado em Brasília em 1978, que prevê ações conjuntas para equilibrar a proteção da floresta e o desenvolvimento económico. A atualização, segundo o Governo brasileiro, terá como tónica o “respeito pelos direitos humanos, a abordagem intercultural e a soberania”.