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Moçambique lança campanha de vacinação para evitar surto de sarampo

LUSA
28-07-2023 17:43h

Moçambique registou mais de 2.500 casos de sarampo nos últimos 30 meses, levando o país a realizar a partir de segunda-feira uma campanha de vacinação “para evitar novo surto da doença”, disse hoje o ministro da Saúde.

“A identificação de casos de sarampo e rubéola constituem uma preocupação por ser uma doença altamente contagiosa”, vincou o ministro Armindo Tiago, falando hoje em Chimoio, no centro do país, durante o lançamento da campanha de vacinação contra sarampo-rubéola, o reforço da suplementação com a vitamina A e a desparasitação com Albendazol.

De janeiro de 2020 até junho de 2023 o país registou 2.565 casos de sarampo, 80% dos quais notificados nas províncias de Niassa (norte) e Zambézia, Tete, Manica e Sofala (centro), afetando sobretudo menores de 05 anos, referiu o ministro.

Realçou que a vacinação de todas as crianças dos 9 aos 59 meses, a decorrer entre 31 de julho a 04 de agosto, “é a medida de saúde pública mais eficaz para cortar a transmissão dos vírus”.

As perturbações relacionadas com efeitos combinados da pandemia da covid-19 e o aparecimento de outras emergências de saúde pública, prosseguiu Armindo Tiago, pressionaram os serviços de vacinação e a oferta de outros pacotes de prevenção, incluindo a desparasitação, o que aumentou os riscos de grandes surtos de sarampo.

Por o sarampo ser altamente contagioso, os casos tendem a aparecer rapidamente quando os níveis de vacinação diminuem, alertou.

“Esta intervenção pretende responder ao surto de sarampo e rubéola, através de vacinação de todas as crianças na faixa etária reconhecida e aumentar as coberturas de vitamina A e Albendazol”, afirmou Armindo Tiago.

A campanha prevê abranger 4,8 milhões de crianças com vacinas contra sarampo e rubéola, além de suplementos com vitamina A a 931.000 e desparasitação a outras 729.000 crianças.

Por sua vez, Severin Xilander, da Organização Mundial da Saúde (OMS), reconheceu que o sarampo e rubéola são as causas mais comuns de problemas congénitos no país, defendendo que a vacinação pode prevenir surtos nas comunidades.

“O sarampo e rubéola são prioridade global a eliminar, sendo a vacinação uma estratégia fundamental da saúde pública”, disse Severin Xilander, destacando que a cobertura de crianças totalmente vacinadas no país é de somente 66% desde 2015.

Moçambique realizou pela última vez, entre os meses de abril e maio de 2018, a campanha nacional de vacinação contra sarampo e rubéola, tendo vacinado cerca de 13 milhões de crianças, o que resultou numa redução significativa dos casos nas províncias mais afetadas.

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