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Moçambique/Ataques: ONU apoia formação de técnicos para identificar crianças em situação vulnerável

LUSA
26-07-2023 15:15h

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em coordenação com as autoridades de Cabo Delgado, vai formar técnicos daquela região do norte de Moçambique, visando apoiar crianças e mulheres desfavorecidas afetadas pelo conflito armado.

“Infelizmente, estamos a ver muitas violações de direitos das pessoas, temos pessoas muito vulneráveis, mulheres com crianças, algumas desacompanhadas, pessoas com deficiência, pessoas idosas numa situação de alta vulnerabilidade e cada um deles requer uma resposta diferenciada” disse Zachary Lefenfeld, técnico de repartição da Ação Social nos escritórios da ACNUR, na cidade de Pemba.

O seminário de capacitação arrancou hoje na cidade de Pemba, abrangendo os diretores e técnicos dos serviços distritais da Saúde, Mulher e Ação Social de todos os 17 distritos que compõe a província de Cabo Delgado, mas com destaque para os distritos de Macomia, Mocímboa da Praia, Palma e Quissanga, onde se verifica o regresso das populações em função da estabilização segurança.

“O grande desafio que nós temos é de identificar crianças desacompanhadas neste processo todo. Temos de saber identificar quem é a criança que está acompanhada e quem é a criança que está desacompanhada. Toda essa dinâmica será feita a partir de conceitos técnicos que vamos aprimorar”, disse Guilherme dos Santos, responsável pelo departamento da Acção Social, na Direção Provincial do Género, Criança e Ação Social de Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência armada levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novos ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para pós Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos, ACLED.

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