O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considerou hoje que os problemas nos hospitais se resolvem com mais investimento em meios humanos e técnicos e defendeu uma "reestruturação profunda" do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em comunicado, o líder centrista repudiou "a absoluta inversão de prioridades e falta de investimento que adensa muitos dos graves problemas sentidos no SNS".
"Em Portugal há grávidas que perdem filhos porque não há médicos obstetras nos hospitais, há doentes que morrem porque as urgências encerram, há doentes que não são salvos porque esperam anos por primeiras consultas que poderiam fazer a diferença nos tratamentos possíveis, há muito menos pessoas com médico de família do que em 2015", criticou.
Nuno Melo defendeu que "os problemas do SNS não se resolvem com ideologia", mas com "investimento em gestão, meios técnicos e humanos, valorização do mérito e do esforço dos profissionais de saúde, complementaridade entre setores".
"Num país que gasta 11 milhões de euros em cada ano para promover a Web Summit durante um só fim de semana ou injeta 3.188 milhões de euros de esforço dos contribuintes na TAP que o Estado nunca recuperará, depois de reversão ideológica da privatização, os profissionais de saúde são poucos, têm más condições de trabalho e são miseravelmente remunerados", criticou.
E apelou "a uma reestruturação profunda do SNS, estando disponível nesse esforço para a implementação de respostas competentes".
O eurodeputado do CDS-PP salientou que o partido tem "respostas concretas", como "um sistema português de saúde, que conte com todos os setores, sem preconceitos, o que implica articulação entre os setores público, social e privado”.
Os centristas defendem igualmente "um planeamento anual estratégico, com instrumentos definidos e antecipados a cada ano", uma "reforma profunda das remunerações dos profissionais de Saúde, assente em critérios que valorizem competência e mérito", orçamentos "plurianuais para maior previsibilidade das instituições", autonomia das instituições para contratações e "cobertura de cuidados continuados pediátricos e de adultos, bem como de cuidados paliativos adaptados às necessidades em cada região".
A falta de médicos em vários hospitais do país tem levado nos últimos dias ao encerramento de urgências de obstetrícia, ou a pedidos aos centros de orientação de doentes urgentes (CODU) de reencaminhamento de utentes para outros hospitais.
Na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que vai ser posto em prática “um plano de contingência” entre junho e setembro para procurar resolver a falta de médicos nas urgências hospitalares do país.