A epidemia de varíola mpox em África apresentou nesta última semana uma tendência de diminuição nos casos confirmados, anunciou hoje a União Africana (UA), alertando para a persistente escassez de vacinas.
Desde janeiro de 2024, o continente registou 153.439 casos suspeitos da varíola mpox, e 44.913 confirmados, bem como 1.840 mortes suspeitas e 210 confirmadas em 26 países africanos, de acordo com os dados mais recentes dos Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África (CDC África).
"No que diz respeito aos casos de mpox, estamos satisfeitos por terem continuado a diminuir, com uma redução de quase 10% nos casos suspeitos e de 26% nos casos confirmados", afirmou o subdiretor de incidentes do CDC África, Yap Boum, durante uma conferência de imprensa online citada pela agência espanhola de notícias Efe.
"As mortes permanecem abaixo de 0,4%, quando o nosso limiar é de 1%, o que é muito encorajador", acrescentou Boum, precisando que na última semana, foram notificados 3.077 novos casos de mpox (624 confirmados e os restantes suspeitos), contra 3.541 contágios (839 confirmados) registados na semana anterior.
Desde que foi declarada a emergência de saúde pública de segurança continental a 13 de agosto de 2024, quatro países — a República Democrática do Congo (RDC), Serra Leoa, Burundi e Uganda — concentraram 96,3% de todos os casos confirmados no continente.
Na última semana, esses países registaram 84% dos novos casos, o que representa uma ligeira diminuição de 2% em comparação com a semana anterior, de acordo com o CDC África.
A RDCongo, epicentro do surto, continua a ser o país mais afetado, com 114.222 casos suspeitos (27.940 confirmados) e um total de 1.830 mortes suspeitas (118 confirmadas) desde o início da epidemia.
Atualmente, onze países receberam vacinas, mas apenas sete iniciaram campanhas de vacinação devido às dificuldades decorrentes do alto custo operacional do processo, lamentou Boum, que estimou em pouco mais de 698 mil o número de pessoas vacinadas até agora.
O verdadeiro "desafio" é a falta de financiamento, uma vez que os CDC africanos não dispõem de fundos para adquirir mais doses nem para as enviar aos países que as solicitam.
"A nível mundial, não há financiamento disponível, o que representa um grande desafio; é uma crise no sentido em que, se qualquer outro país precisar de vacinas, não poderemos fornecer nenhuma dose", alertou.
A agência de saúde pública da UA declarou em agosto passado a mpox como uma emergência de saúde pública de segurança continental e, no dia seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o estado de alerta sanitário internacional para a doença, que decidiu manter no dia 9 de junho.
A mpox é uma doença infecciosa que pode causar erupções cutâneas dolorosas, inflamação dos gânglios linfáticos, febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas e falta de energia.