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Enfermeiros civis do Hospital das Forças Armadas exigem valorização ao EMGFA

LUSA
24-02-2022 13:32h

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses entregou hoje ao Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) um abaixo-assinado subscrito por cerca de uma centena de enfermeiros civis que denunciam injustiças e exigem a valorização dos profissionais.

O documento, assinado por mais de metade dos enfermeiros civis dos polos de Lisboa e Porto do Hospital das Forças Armadas (HFAR), foi entregue por uma delegação de cerca de seis profissionais e dirigentes sindicais que pediram a resolução de problemas que, ao contrário dos colegas de outras instituições, ainda não viram resolvidos.

“Isto cria um clima de insatisfação e um sentimento até de discriminação por parte dos enfermeiros que ali trabalham”, disse à agência Lusa Célia Matos, enfermeira e dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Em causa está, sobretudo, a contagem dos pontos para efeitos de progressão na carreira e a transição para a categoria de enfermeiro especialista de profissionais que já exercem essas funções.

Quanto à progressão na carreira, o sindicato pede a justa contagem dos pontos, com a consideração de todos os anos de serviço, e a atribuição de 1,5 pontos por ano entre 2004 e 2014.

Segundo Célia Matos, o problema não é recente, à semelhança da questão dos enfermeiros especialistas, sobre a qual reivindicam a transição para essa categoria dos profissionais com título de especialistas e que exerciam as respetivas funções em junho de 2019, com os retroativos do suplemento remuneratório.

“O que se impunha era resolver a situação dos que transitavam automaticamente e abrir um concurso para aqueles que, após este período, tiraram a especialidade e que também têm todo o direito e legitimidade de integrar a categoria e ser valorizado como enfermeiro especialistas”, sublinha Célia Matos.

Da parte do HFAR, a dirigente sindical relata que a justificação apresentada remete para a falta de autonomia do hospital e, por isso, é que os enfermeiros se dirigem agora ao EMGFA.

Por outro lado, Célia Matos disse não compreender que situações semelhantes já tenham sido resolvidas em outras instituições, sublinhando que se trata da mesma carreira.

“Não é sequer a justificação de (o hospital) não ser do Serviço Nacional de Saúde, que nunca nos pareceu lógica porque a carreira é a mesma”, sustentou, acrescentado que também o Ministério da Justiça já resolveu a situação dos enfermeiros dos estabelecimentos prisionais, tornando o prolongamento do problema no HFAR mais incompreensível.

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