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Covid-19: O que se sabe e não se sabe sobre nova variante detetada na África do Sul

LUSA
26-11-2021 16:17h

A nova variante do coronavírus SARS-CoV-2, detetada pela primeira vez na África do Sul, é geneticamente diferente das outras, tem um número elevado de mutações, mas desconhece-se se é mais perigosa.

Segundo os cientistas, a variante B.1.1.529, que, depois da África do Sul, já foi identificada na Bélgica, em Israel, Hong Kong (Região Administrativa da China) e Botswana, terá cerca de 30 mutações na proteína da espícula (a "chave" que permite ao vírus entrar nas células humanas).

O virologista Lawrence Young, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, disse, citado pela agência noticiosa AP, que se trata da "versão do vírus com mais mutações" genéticas. O significado de muitas delas é ainda desconhecido.

Os cientistas sabem que a nova variante do SARS-CoV-2, que causa a covid-19, é geneticamente diferente das outras, incluindo a Delta, a mais contagiosa de todas as variantes do coronavírus em circulação e dominante no mundo.

Contudo, não sabem se as alterações genéticas que a variante apresenta a tornam mais transmissível ou perigosa, a ponto de escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a covid-19.

O coronavírus sofre mutações à medida que se espalha e muitas novas variantes, incluindo as que têm alterações genéticas preocupantes, desaparecem muitas vezes.

A nova variante B.1.1.529 foi detetada em 11 de novembro na África do Sul depois de um aumento exponencial de infeções, que levou os cientistas a estudarem amostras de vírus relacionadas com o surto.

Os cientistas monitorizam as sequências genéticas do SARS-CoV-2 em busca de mutações que o podem tornar mais contagioso ou mortal, mas precisam de tempo para determinar se existe uma correlação entre um certo padrão de infeções num surto e as sequências genéticas.

A Organização Mundial da Saúde, que hoje reuniu peritos responsáveis pela monitorização da evolução do SARS-CoV-2, indicou que são necessárias "várias semanas" para conhecer o nível de risco e transmissibilidade da nova estirpe.

A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

De acordo com o mais recente balanço da agência noticiosa AFP, a pandemia da covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.393 pessoas e foram contabilizados 1.136.446 casos de infeção, segundo dados atualizados da Direção-Geral da Saúde.

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