Cerca de meia centena de enfermeiros concentraram-se hoje em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para expor os murais assinados pelos portugueses ejm apoio e reconhecimento à profissão.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, disse que a campanha "Agora somos nós", que arrancou em 20 de agosto em Bragança e percorreu o país nas últimas semanas, teve uma “adesão maciça”.
“Não encontrámos pessoas que não subscrevessem o respetivo postal ou mural de apoio aos enfermeiros. Significa que, de facto, a população reconhece o papel que os enfermeiros têm assumido no quadro das respostas a esta pandemia, tal como é reconhecido politicamente”, acrescentou.
Os enfermeiros "não querem prémios nem subsídios”, afirmou José Carlos Martins, mas sim a resolução de problemas de fundo como “a contagem dos pontos [para efeitos de progressão na carreira], a admissão de mais enfermeiros, a vinculação dos precários, a negociação de uma carreira única que valorize todos e que corrija as muitas injustiças que existem, e a compensação o risco através, designadamente, da aposentação”.
“Estamos a passar de uma pandemia para uma endemia” em grande parte devido ao plano de vacinação, adiantou o dirigente sindical, para sublinhar o papel chave dos enfermeiros.
“Para estarmos no lugar cimeiro em termos mundiais de vacinação, sendo muito importante o fornecimento de vacinas e o papel das equipas de coordenação, importa reconhecer o excecional empenho dos enfermeiros, o seu esforço, a sua dedicação, para a concretização efetiva dos milhões de portugueses vacinados”, afirmou.
José Carlos Martins disse que “no âmbito do plano de recuperação e resiliência, apesar de ser muito importante a requalificação das instalações e equipamentos”, o mesmo “não terá muito significado se não tiver mais profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, [com vínculos] estáveis, reconhecidos e valorizados pelas alterações nas suas carreiras, e com melhores condições de trabalho”.
Enquanto presidente do SEP quis relembrar ainda ao Ministério da Saúde os compromissos assumidos que carecem de reuniões de concretização, que se não acontecerem, disse José Carlos Martins, serão motivo para o SEP avançar com uma ação nacional de protesto em 12 de outubro.