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“Nesta última fase de confinamento, começamos a notar em alguns doentes uma maior ansiedade” – afirma Liga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE)

CANAL S+ / VD
11-03-2021 19:53h

Quando se perspetiva o fim do segundo confinamento em Portugal, por causa da pandemia da COVID-19, a presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE) revela que “nesta última fase, começamos a notar em alguns doentes uma maior ansiedade”.

Em entrevista ao Canal S+, Manuela Santos afirma ter vindo a receber muitos contactos de famílias com crianças que descompensaram, durante este segundo confinamento, provavelmente “porque deviam estar na escola e têm dificuldade em acompanhar”, adianta a neurologista.

A médica neurologista, que preside à Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE), explica que “nós quando falamos de epilepsia, não estamos a falar apenas de uma epilepsia. Existem vários tipos de epilepsia. Não são só os meninos. Quando eles ficam parados – as “ausências”, - mas existem os outros que caem ao chão e são mais aparatosos”, sublinha Manuela Santos.

Apesar de existirem poucos estudos de prevalência epidemiológica sobre epilepsia em Portugal, Manuela Santos explica que a patologia surge, sobretudo, nos primeiros dez anos de vida, em faixa etária pediátrica.

Segundo a presidente da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE) o país tem o mesmo número de casos que os restantes países europeus, mas conclui, ainda assim, que quando a doença surge mais tarde “os adultos parecem ter formas mais complexas de epilepsia”, atesta a especialista em neurologia.

Nesta entrevista ao Canal S+, Manuela Santos congratula-se ainda com” os avanços do ponto de vista da tecnologia e das ciências básicas, nomeadamente da genética, que têm vindo a demonstrar-nos as causas para a epilepsia”.

A presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE) relembra que nos casos de epilepsia refratária, os médicos optam muitas vezes por recorrer a cirurgia. Portugal dispõe de cinco centros de referência, ao nível cirúrgico, em todo o país.

De 8 a 13 de março, a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE) assinala a semana da Epilepsia com a organização de webinars, cursos para médicos, o fórum de cirurgia de epilepsia, debates, conferências e encontros com as diversas associações de doentes.

A 12 e a 13 de março realiza-se o 33º Encontro Nacional de Epileptologia (33eENE) focado nos avanços dos últimos 10 anos nas diversas áreas da epilepsia. 

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