A analista internacional, que viveu e trabalhou na Alemanha durante largos anos, conhece bem o país, mas também a mentalidade do povo alemão e vê com bons olhos esta ajuda que afirma é recorrente por parte do governo alemão, sobretudo, quando ocorrem catástrofes naturais, como foi o caso do sismo no Haiti. “Na Alemanha há forças preparadas para dar resposta em 24 horas”, assegura.

A equipa alemã de profissionais de saúde vai montar um hospital de campanha com 150 camas, no Hospital da Luz em Lisboa, e traz ainda 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, bem como 150 bombas de infusão.

Helena Ferro de Gouveia afirma que se trata “de uma equipa de militares alemães, com experiência em forças nacionais destacadas e que além de serem formados em Medicina, têm uma metodologia de trabalho militar”. A analista internacional recorda que “Em Portugal temos profissionais de saúde excelentes, mas muitas vezes um pouco mais de método na forma como se organiza o trabalho permite-nos ser mais eficientes.”

Já esta tarde, num comunicado enviado às redações, o Hospital da Luz explica que “foi possível realocar doentes, recursos e adaptar espaços, em tempo recorde”, permitindo a existência de “mais oito camas de cuidados intensivos”, para onde serão encaminhados doentes oriundos dos hospitais públicos da Região de Lisboa.

Helena Ferro de Gouveia adianta que se trata de “uma oportunidade para aprender com os melhores, as melhores pratices”, numa altura em que “o importante é aliviar o esforço onde ele existe”, sublinha a analista internacional que se mostra incomodada com algumas opiniões e um certo “prurido português”.

Helena Ferro de Gouveia, que continua a seguir a imprensa alemã todos os dias aproveita para destacar que “os alemães são campões mundiais de dádivas”. De resto, segundo a analista internacional “A Alemanha tem um grande carinho por Portugal. Toda a gente deseja o melhor a Portugal.”, assegura.

Sobre a hipótese da Alemanha poder ser convidada para auxiliar no processo de vacinação em Portugal, Helena Ferro Gouveia comenta que “a campanha de vacinação na Alemanha não está a correr bem”, não por causa de casos de corrupção e aproveitamento indevido das vacinas por pessoas não elegíveis nos grupos prioritários, mas pelo próprio funcionamento burocrático do país.

Um comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Defesa de Portugal informa que a equipa alemã de profissionais de saúde vai ficar dois meses em Portugal, até ao final de Março. De 3 em 3 semanas, está prevista a sua substituição por novos elementos promovendo assim o descanso dos profissionais.