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BE/Açores propõe maior sensibilização sobre a endometriose

LUSA
02-02-2021 16:21h

O Bloco de Esquerda/Açores vai propor ao Governo Regional que adote medidas para uma maior sensibilização sobre a endometriose no Serviço Regional de Saúde e nas escolas da região.

“A endometriose é uma doença crónica que afeta mulheres em idade reprodutiva que, muitas vezes, só é diagnosticada depois de muitos anos de sofrimento, pois a dor é o principal sintoma associado”, avançou a deputada Alexandra Manes, citada numa nota de imprensa.

Segundo o BE, a endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil e tem sintomas incapacitantes, que muitas vezes são ignorados.

Num projeto de resolução entregue hoje na Assembleia Legislativa dos Açores, o partido propõe que a Direção Regional da Saúde elabore, em colaboração com especialistas de ginecologia, “uma norma de orientação clínica sobre endometriose, designadamente sobre diagnóstico e tratamento”.

Por outro lado, defende que seja divulgada “informação sobre endometriose nas unidades do Serviço Regional de Saúde e Desporto, em particular nos cuidados de saúde primários, destinada a utentes em geral e a profissionais de saúde”.

A iniciativa do BE provê ainda a “inclusão da endometriose nos planos da Saúde Mulher” e a adoção de medidas de sensibilização e de acesso a consultas e meios complementares de diagnóstico, “que garantam um diagnóstico precoce” da doença.

O Bloco quer também que a informação chegue às escolas, por isso propõe “a promoção, junto da comunidade escolar, de ações de informação e consciencialização sobre esta doença e os seus sintomas e sobre o que fazer e onde se dirigir no caso de presença de sintomas compatíveis com endometriose”.

Alexandre Manes frisou que esta doença, que provoca dores menstruais e pode provocar infertilidade, é quase sempre diagnosticada tardiamente devido à “desvalorização dos sintomas por parte da sociedade e por parte da comunidade médica” e principalmente devido à ideia errada de que “a menstruação é dor”.

A deputada salientou que a proposta “não tem custos”, alertando para os “profundos constrangimentos na qualidade de vida social, profissional, relacional, sexual e reprodutiva” que esta doença provoca.

“Não quero acreditar que, em pleno século XXI, haja alguma força política que subestime a saúde da mulher”, rematou.

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