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Presidenciais: Mayan o candidato que é voluntário e "faz tudo" na Refood

LUSA
20-01-2021 20:40h

Voluntário há seis anos na Refood Foz do Douro, Porto, o candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves regressou hoje à organização onde é “um faz tudo” e aproveitou para alertar para o aumento das pessoas em dificuldade devido à pandemia.

Os jornalistas ficaram à porta da Refood e Tiago Mayan entrou para cumprir a missão de ajudar. Diz que é uma espécie de “faz tudo” lá dentro e hoje aproveitou para realizar “algumas manutenções básicas”, como reparações num autoclismo e num frigorífico.

“Vou fazendo alguns biscates. Sou o faz tudo aqui na Refood Foz do Douro, além do trabalho de voluntariado no terreno”, contou o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL).

O movimento combate o desperdício alimentar e ajuda pessoas em dificuldades com a distribuição de comida.

Tiago Mayan ajudou a fundar o núcleo da Foz do Douro há seis anos e, apesar de com menos regularidade devido à crise pandémica e, agora, à campanha, assegurou que continua a “fazer a sua pequena parte”.

O candidato dedicou a tarde de hoje às questões sociais. Antes de ir para a Refood conversou por videoconferência com elementos da Comunidade Juvenil Francisco de Assis e do Centro de Apoio ao Sem Abrigo Coimbra e, no final, disse ter percebido o que se passa no terreno.

“Esta realidade está a acontecer por todo o país e qual é? A realidade de uma destruição económica e social que já está a acontecer neste momento, que está a ter reflexos no terreno, de muito mais sem abrigo, muitos mais jovens em dificuldades e mulheres em dificuldades e que não estão a ter a resposta devida do Estado”, salientou.

O candidato considerou que estas instituições de solidariedade “estão a fazer o trabalho que o Estado nunca soube fazer e que, neste momento de pandemia, também não está a conseguir fazer”.

A pandemia originou, frisou, mais pedidos de ajuda.

“Há sem dúvida. E o que temos visto é também, e no contexto que já encontramos na crise anterior, pessoas que estão normalmente fora de outro tipo de apoio social, porque não necessitavam, que seriam de classe média, e que estão neste momento em situação de séria dificuldade. Que necessitam deste tipo de apoio e que estão fora de qualquer outro tipo de apoio mesmo a nível social e do Estado” sublinhou.

Contou ainda que há menos voluntários por um efeito direto da pandemia, até porque muitos são reformados e, consequentemente, de maior risco, mas fez também questão de realçar a “vontade de colaborar” e a “solidariedade”.

“O contexto é muito difícil e estando as pessoas confinadas e pertencendo a grupos de risco há efetivamente uma dificuldade de mão de obra”, salientou, apontando que o núcleo da Refood contava, antes da covid-19, com 300 voluntários.

No final, questionado sobre a bandeira dos sem abrigo erguida pelo recandidato a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Mayan afirmou que “a realidade” que ouviu hoje, nomeadamente em Coimbra, “é que esse problema não está resolvido, está agravado”.

“Independentemente dos discursos, há que ser consequente com as palavras”, afirmou, acrescentando não ver o chefe de Estado a “fazer isso”.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral termina na sexta-feira. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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