SAÚDE QUE SE VÊ

Covid:19 - “A variante brasileira do SARS-COV 2 é pior que a britânica”, afirma presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia  

CANAL S+ / VD
18-01-2021 20:45h

Paulo Paixão tem estado a acompanhar, desde o momento zero, a pandemia da COVID-19. Entrevistado pelo S+, afirma que “a variante brasileira do SARS-COV 2 registada em Manaus, é pior que a britânica”.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia confirma que a mutação inglesa tem vindo a aumentar a sua incidência na Europa e em Portugal, mas não acredita que a subida exponencial do número de novos casos de infeção por COVID-19 se deva, neste momento, às mutações do novo coronavírus. Ainda assim, o virologista garante que quer a variante inglesa, quer a brasileira podem agravar em muito a situação no futuro.

Para Paulo Paixão a “situação deve ser monitorizada, com um programa de vigilância e rastreio de todos os brasileiros e portugueses que vêm do Brasil para Portugal”, mas ainda não é o momento para encerrar fronteiras e interromper os voos entre os dois países.

O especialista receia que a variante brasileira, a avaliar pelo que está a acontecer em Manaus, leve “a uma menor resposta dos nossos anticorpos à nova variante”. Paulo Paixão diz que se pode tratar de “um perigo concreto e real”, dado que em Manaus “79% das pessoas já tinham estado em contacto com o SARS-COV 2, ou seja, muito perto da imunidade de grupo e surgiram novos casos”, assegura.  

O virologista relembra que todos os vírus sofrem mutações, “sobretudo os que possuem RNA (ácido nucleico)”. Foi por isso, explica Paulo Paixão “que nunca se encontrou uma vacina para o HIV”. O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia acredita que por causa das mutações frequentes do SARS-COV 2, a vacinação contra a COVID-19 se torne anual, de modo a garantir a devida imunidade.

Sobre as vacinas já aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento, nomeadamente a da Pfizer e da Moderna, Paulo Paixão acredita que com facilidade consigam, adaptar-se às mutações do SARS-COV 2.

O virologista afirma que “construir uma vacina nova é fácil, outra coisa é produzi-la e distribuí-la por todo o mundo”. Paulo Paixão contém-se ainda nos comentários à nova vacina da Jonhson & Johnson. A farmacêutica norte-americana anunciou, a semana passada, os resultados dos ensaios clínicos de fase 2. Em comunicado, a empresa farmacêutica afirma que “após uma única toma, a vacina da Johnson & Johnson forneceu uma resposta imune que durou pelo menos 71 dias, a duração do tempo medido neste estudo em participantes dos 18 aos 55 anos”.

Sobre o alerta que a China tem vindo a fazer, de forma periódica, para a deteção de SARS-COV 2 em alimentos e produtos alimentares como é o caso de gelados, Paulo Paixão recorda que “estamos perante um vírus respiratório”, logo “os chineses têm de demonstrar que encontraram vírus em alimentos e que houve transmissão”, defende o virologista.

O aumento de casos de infeção por SARS-COV 2 motivou o Governo a decretar um novo confinamento geral que, durante o fim de semana, acabou por não ser cumprido da mesma forma pela população como em Março de 2020.

 Já esta tarde e após reunião extraordinária do Conselho de Ministros, António Costa reforçou o pacote de medidas para tornar mais eficaz os resultados, mantendo apesar de tudo as escolas abertas.

 

MAIS NOTÍCIAS

Este site usa cookies para lhe garantir uma melhor experiência de navegação.

Saber mais