A Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu hoje que os estudantes de enfermagem em ensino clínico devem considerados prioritários para a vacinação contra a covid-19, alegando que estão expostos aos mesmos riscos que os outros profissionais de saúde.
A OE diz em comunicado que, na sequência da última reunião com o coordenador da 'task force' da vacinação contra a covid-19, foi informada de que estes estudantes “estão excluídos dos grupos prioritários para vacinação, apesar de estarem expostos aos mesmos riscos dos restantes profissionais de Saúde, por estarem envolvidos na prestação de cuidados a doentes e, como tal, serem também possíveis veículos de transmissão”.
Na sequência desta decisão, a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, enviou um ofício à ministra da Saúde, Marta Temido, a apelar para que corrija esta situação, incluindo estes estudantes na lista dos prioritários para a vacinação, “cumprindo as melhores boas práticas de promoção e prevenção de saúde”.
Ana Rita Cavaco alerta no ofício que “os estudantes de enfermagem em ensino clínico estão expostos aos mesmos riscos dos profissionais de saúde e tal como estes, são eles próprios possíveis veículos de transmissão” e contesta a opção da 'task force', defendendo, no comunicado, que se esta decisão se mantiver remete a vacinação deste grupo para “o fim das prioridades, como qualquer outra pessoa sem ligação à área da Saúde ou em contacto direto com doentes, o que, em primeira linha, representa um risco para os próprios doentes”.
Em Portugal, a campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em 27 de dezembro nos hospitais, com a inoculação de profissionais de saúde. Na terça-feira, estendeu-se aos lares de idosos.
A vacina administrada é a do consórcio Pfizer-BioNTech, cujo uso de emergência foi aprovado em 21 de dezembro pela Agência Europeia do Medicamento, que aprovou hoje o uso uma outra vacina experimental, a da empresa de biotecnologia Moderna.
A ministra da Saúde anunciou hoje que Portugal já recebeu mais de 140 mil doses da vacina contra a covid-19, das quais quase metade já foi distribuída e, destas, 32 mil já tinham sido administradas até às 17:30 de terça-feira.
Portugal contabiliza pelo menos 7.377 mortos associados à covid-19 em 446.606 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).