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Região Africana da OMS reduziu em 46% mortalidade por tuberculose em 10 anos

Lusa
12-11-2025 14:30h

A região africana da Organização Mundial da Saúde (OMS) reduziu em 46% o número de mortos por tuberculose (TB) entre 2015 e 2024 e em 28% a taxa de incidência, anunciou hoje a agência das Nações Unidas.

A OMS está dividida em seis regiões de trabalho, nomeadamente a africana.

De acordo com o "Relatório Global de Tuberculose 2025", produzido pelo Departamento de VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), Tuberculose, Hepatites e Infeções Sexualmente Transmissíveis da OMS e hoje divulgado, a região africana tem reduzido a taxa de incidência de TB e, entre 2015 e 2024, "alcançou uma redução de 28% na taxa de incidência e uma redução de 46% no número de mortos".

Segundo o documento, a maioria das pessoas que desenvolveram TB em 2024 estava nas regiões da OMS do Sudeste Asiático (34%), do Pacífico Ocidental (27%) e de África (25%).

"A maioria das pessoas que desenvolvem TB anualmente está em 30 países com elevada carga de TB, que representaram 87% do total global dos casos em 2024", explicou a agência.

"Destes 30 países, os oito principais - que representam 67% do total mundial - foram a Índia (25%), a Indonésia (10%), as Filipinas (6,8%), a China (6,5%), o Paquistão (6,3%), a Nigéria (4,8%), a República Democrática do Congo (3,9%) e o Bangladesh (3,6%)", enumerou.

Entre todos os casos incidentes de TB em 2024, 5,8% eram pessoas que viviam com VIH, uma ligeira diminuição face aos 6,1% em 2023, referiu.

Por outro lado, em 2024, 69% do número global de mortes causadas pela TB em pessoas seronegativas para VIH ocorreram nas regiões africana e do Sudeste Asiático da OMS. 

De forma global, em 2024, a TB causou cerca de 1,23 milhões de mortes, lamentou.

Especificamente, na região africana da OMS, a TB foi a quarta principal causa de morte.

No entanto, a agência da ONU explicou que, apesar desses dados, na região africana o número estimado de mortes causadas pela doença tem diminuído ano após ano desde 2011. 

"Vários países com elevada carga de TB na região africana da OMS alcançaram reduções de 50% ou mais: como o Quénia, Nigéria, Uganda, Tanzânia e Zâmbia", citou.

Um total de 69 países alcançaram níveis de cobertura de pelo menos 80% em 2024. Isto incluiu sete países com elevada carga de TB: República Centro-Africana, China, Mongólia, Moçambique, Namíbia, Uganda e Zâmbia.

Apenas oito dos 30 países com elevada carga de TB reportaram "que mais de 50% dos seus locais de diagnóstico de TB tinham acesso a WRD (Diagnósticos Rápidos Validados pela OMS) em 2024: Bangladesh, China, Lesoto, Mongólia, Namíbia, Papua-Nova Guiné, África do Sul e Zâmbia.

Dos 30 países com elevada carga de TB-MDR/RR (TB Multirresistente/Resistente à Rifampicina), 24 atingiram uma cobertura de pelo menos 80% em 2024, entre os quais Angola, Nigéria, Somália, África do Sul, Zâmbia e Zimbabué.

Moçambique encontra-se entre os três países com elevada carga de TB-MDR/RR que não atingiram um nível de cobertura de 50%: a República Popular Democrática da Coreia (1,6%), Moçambique (31%) e a República Democrática do Congo (35%).

Com exceção dos BRICS originais (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nos Países de Baixo e Médio Rendimento o financiamento de doadores internacionais permaneceu crucial no combate à doença.

Dos 30 países com elevada carga de TB, as estimativas da percentagem da população que enfrenta despesas de saúde catastróficas são particularmente elevadas em Angola, Bangladesh, China, Índia, Nigéria, Serra Leoa e Uganda.

A TB, causada pelo bacilo 'Mycobacterium tuberculosis', continua a ser um grande problema de saúde pública global e o progresso na sua redução está muito aquém das metas de 2030.

Considerada evitável e geralmente curável é, no entanto, a principal causa de morte no mundo por um único agente infeccioso e uma das 10 principais causas de morte a nível mundial.

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