A iniciativa permite aos portugueses arredondarem a sua conta de medicamentos para que esse dinheiro seja investido na compra de fármacos para quem não dispõe de rendimentos suficientes para o fazer, como explicou ao Canal S+, a embaixadora e fundadora da Associação Dignitude, Maria de Belém.

A antiga ministra da saúde está esperançada na “generosidade dos portugueses”, até porque o programa Abem tem vindo sempre a crescer (…) Temos cerca de 1000 farmácias aderentes”, que já apoiam 900 portugueses que perderam rendimentos com a pandemia da COVID-19.

Maria de Belém lembra que o programa Abem criou já no decurso da pandemia da COVID-19 um fundo de emergência Abem para apoiar as pessoas que ficaram sem rendimentos em resultado da COVID-19. O programa Abem tem aumentado a sua rede de parceiros que já conta com 33 hospitais em todo o país, mais de 1000 farmácias e centenas de autarquias. Com esta conjugação de esforços, 18 mil pessoas já foram apoiadas e cerca de 10 mil famílias.

A Associação Dignitude foi criada por um conjunto de pessoas ligadas à saúde em Portugal em Novembro de 2015, entre elas António Arnaut (considerado o pai do Serviço Nacional de Saúde), o General Ramalho Eanes, a professora Odete Ferreira, a professora Ana Paula Martins (atual bastonária da Ordem dos Farmacêuticos) e a própria Maria de Belém.  

A intenção da altura continua a fazer todo o sentido: ajudar quem não tem capacidade para pagar a parte não comparticipada pelo Estado na compra de medicamentos. 

Estudos académicos recentes revelam que 1 em cada 10 portugueses, cerca de 2 milhões de pessoas, não têm capacidade para pagar os seus medicamentos.