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Covid-19: Seminário do Bom Pastor terá centro de retaguarda para o distrito do Porto

LUSA
19-10-2020 14:12h

O Seminário do Bom Pastor, no distrito do Porto, vai acolher um Centro Distrital de Retaguarda para doentes covid-19 com capacidade para 50 camas, número que poderá aumentar para 80, revelou hoje o secretário de Estado Eduardo Pinheiro.

Em declarações à agência Lusa, o governante, que é também responsável pela coordenação da situação de calamidade na região Norte do país, apontou que “o objetivo deste centro é dar resposta à pressão atual que se faz sentir nos hospitais”.

“Os números preocupam-nos no distrito e na região [Norte] como em todo o país. É determinante estar preparado e criar diferentes respostas. Esta opção [criação de um centro de retaguarda] será alargada a todos os distritos da região”, disse Eduardo Pinheiro que falava após uma reunião, no Porto, na Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).

Em causa está a montagem de um espaço para doentes covid-19 no Seminário do Bom Pastor, equipamento da Diocese do Porto que se localiza na fronteira dos concelhos de Gondomar e de Valongo.

Este Centro Distrital de Retaguarda terá 50 camas “numa primeira fase”, tendo capacidade para “pelo menos 80”, acrescentou o secretário de Estado.

O espaço servirá para receber doentes em condições de continuar a recuperação fora dos hospitais, mas que não tenham retaguarda ou condições em casa ou nas instituições onde vivem.

“Isto não é diferente do que se fez na primeira vaga [da doença]. Só que agora, a opção não passa por pavilhões até por questões de conforto térmico face ao inverno”, explicou Eduardo Pinheiro.

A montagem do centro deverá iniciar-se na terça-feira para estar pronto e a receber doentes até ao final da semana, adiantou à Lusa o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins.

O também presidente da Câmara de Gondomar acrescentou que “caberá à ARS-N sinalizar junto dos hospitais quais doentes podem ser transferidos para o seminário, isto para libertar camas nas unidades hospitalares”.

“E a Proteção Civil do Porto está a agilizar a montagem, juntamente com as autoridades de saúde e com a Segurança Social. Considera-se, neste momento, muito importante avançar para medidas que aliviem os hospitais”, frisou Marco Martins.

Quanto aos recursos humanos, essa matéria está a ser tratada pela Segurança Social.

“Admitimos que existe dificuldade a esse nível [recursos humanos], uma dificuldade nacional, mas têm de existir e vão existir meios. Tudo será agora contratualizado”, referiu, por fim, Eduardo Pinheiro.

Na reunião desta manhã na ARS-N, que juntou a Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, autoridades de saúde, sociais e representantes do Governo, também foi anunciado que os hospitais de São João e de Santo António, ambos do Porto, vão beneficiar de 40 vagas em instituições para colocar doentes que tenham “alta social”, mas não tenham saído do hospital por falta de retaguarda.

Portugal contabiliza pelo menos 2.198 mortos associados à covid-19 em 101.860 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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