SAÚDE QUE SE VÊ

41 anos SNS: “Se olharmos para a maior parte dos indicadores estão acima da média europeia”, afirma Diretor Centro de Estudos de Medicina Baseada em Evidência  

CANAL S+ / VD
22-09-2020 10:27h

As palavras do professor António Vaz Carneiro, que conta com um percurso de mais de 40 anos de vida académica e profissional dividida entre Portugal e os Estados Unidos, conferem uma nota positiva ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em entrevista ao Canal S+, o diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência garante que “temos todas as razões para ficarmos satisfeitos” já que os indicadores do SNS “estão acima da média europeia”. Para o professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa “nestes 41 anos houve sempre uma inventividade muito grande” por parte dos profissionais de saúde que cumpriram metas com “uma fração do dinheiro de outros países europeus”.

Na opinião do médico especialista em Medicina Interna, Nefrologia e Farmacologia Clínica o grande desafio para o SNS coloca-se agora, com a pandemia da COVID-19, dado que o “PIB caiu 15% em 3 meses”, afirma.

Para o professor António Vaz Carneiro “é difícil prever o formato dos sistemas de saúde (…) mas tudo indica que vamos ter menos dinheiro, logo vamos ter de o gastar muitíssimo melhor”. O Diretor da Cochrane Portugal e presidente do Conselho Científico do Instituto de Saúde Baseado na Evidência deixa ainda claro que “vamos ter de falar com os nossos concidadãos para saber o que querem”.

Ontem foi apresentado o plano da Direção-Geral da Saúde (DGS) para combater a pandemia da COVID-19 no Outono-Inverno. Entre as medidas avançadas, destaca-se: a criação de hospitais de retaguarda nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto para evitar internamentos por razões sociais; a reorganização da atividade assistencial no serviço de urgência, em articulação com os cuidados de saúde primários, de forma a evitar “situações de triagem clínica de baixa gravidade”, encaminhando os doentes para os centros de saúde; incentiva a cirurgia de ambulatório, com modelos de ‘drive-through’ e define unidades hospitalares “covid-19 free”, para manter a resposta “não-covid-19” e evitar “a degradação do acesso em situações de crescimento epidémico significativo”. O documento prevê ainda a possibilidade de serem retomadas as visitas aos doentes internados ou a presença de um acompanhante de modo a “humanizar os cuidados de saúde”.

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