A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) afirma que é “fundamental que seja feita uma avaliação exaustiva e independente de todos os factos” de modo a apurar responsabilidades, identificar “fragilidades e vulnerabilidades já existentes, que possam ser evitadas em situações análogas”.
O comunicado surge no seguimento do relatório da comissão de inquérito da Ordem dos Médicos acerca do Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), em que se diz que a instituição não cumpria as orientações da DGS e apontando responsabilidades à administração, à Autoridade de Saúde Pública e à ARS.
Em entrevista ao Canal S+, Ricardo Mexia, presidente da ANMSP revela alguma preocupação com a situação não só de Reguengos de Monsaraz, mas de todas as residências para séniores com pessoas infectadas com Sars Cov-2.
O Governo fez saber ontem, que até ao final do ano serão colocados em lares 15 mil trabalhadores. Ricardo Mexia receia que essas medidas possam ser tardias, dando como exemplo a contratação se médicos de saúde pública.
A solução pode passar pelo apoio clínico aos lares que não deve ser pontual. Quanto ao plano de contingência, Ricardo Mexia afirma que pode haver “um apoio importante dos médicos de saúde publica e dos responsáveis pela prevenção e controlo de desinfeção, também uma área fundamental”.
O presidente da ANMSP acha inadmissível que quase seis meses depois de ter surgido o primeiro caso em Portugal, e o conhecimento que foram adquirido sobre o novo coronavírus durante este tempo, ainda se esteja a falar em preparação para o inverno, quando já se deveriam estar a implementar medidas.
Em conferência de imprensa, a Ministra da Saúde divulgou existirem 69 lares com casos de covid-19, num total de 563 utentes e 225 funcionários infetados. Marta Temido acrescentou ainda que das 1.786 mortes registadas associadas à covid-19, 688 foram de pessoas que residiam em lares.