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FNAM apresenta 10 medidas para salvar SNS e acusa governo de não dar resposta

CANAL S+ / VD
29-06-2020 14:51h

Quatro meses depois do início da pandemia da COVID-19 em Portugal, os médicos apresentam os primeiros sinais de exaustão. O alerta é dado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que preocupada com a hipótese de uma segunda vaga da doença no nosso país decidiu apresentar ao governo 10 medidas para salvar o SNS, como revelou ao Canal S+ a dirigente Guida da Ponte.

A psiquiatra acusa ainda a ministra da Saúde, Marta Temido, de nunca ter ouvido os sindicatos médicos ou os profissionais durante a pandemia da covid-19 e lembra que as reuniões com o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, “têm sido desprovidas de resultados e pouco concisas”, ao que se tem juntado uma gestão das instituições de saúde “errática” perante a pandemia, assegura.

Em entrevista ao Canal S+, Guida da Ponte afirma que “os médicos estão desmotivados” e “não se sentem protegidos”, numa altura em que noutros países europeus têm surgido pacotes de incentivos aos profissionais de saúde como melhores salários, prémios de incentivo ou mesmo férias extra. A dirigente da FNAM lembra que a esse respeito a situação que se vive em muitos serviços hospitalares é no mínimo “perversa”, já que se deu a ideia à opinião pública que os profissionais podiam gozar férias quando isso, na verdade, “não é assim”.

Na missiva dirigida ao governo, a FNAM apresentou 10 medidas para evitar o abandono do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de mais profissionais de saúde. A consideração da profissão médica como de risco e penosidade acrescidos, renegociação das carreiras e abertura de concursos de progressão, valorização do trabalho extraordinário em serviço de urgência e para recuperação da atividade assistencial, limite de 150 horas para trabalho extraordinário, redução do tempo de trabalho nas urgências e organização da atividade com equipas dedicadas são algumas das medidas propostas ao governo e que não obtiveram até ao momento qualquer resposta. No documento a que o Canal S+ teve acesso constam ainda propostas de combate à precariedade dos trabalhadores médicos em regime de prestação de serviços, o “reconhecimento da figura legal de Autoridade de Saúde para os médicos de Saúde Pública” e a “reformulação da atual reforma hospitalar” procurando incluir uma governação clínica nos padrões de gestão no setor.

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