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“A fome tem sido o maior flagelo para os ciganos” – alerta Associação Letras Nómadas

CANAL S+ / VD
11-06-2020 19:05h

Com a pandemia de COVID-19 a alastrar na região de Lisboa e vale do Tejo, com mais de 40 focos identificados pelas autoridades de saúde pública, só no concelho de Lisboa, as comunidades ciganas têm sofrido especialmente o impacto económico, alerta Bruno Gonçalves da Associação Letras Nómadas, em entrevista ao Canal S+.

“A fome tem sido o maior flagelo para as comunidades ciganas”, revela o vice-presidente da Associação Letras Nómadas que já presta auxílio e apoio a estas comunidades há cerca de dois meses e meio. Segundo Bruno Gonçalves, o encerramento das feiras e dos mercados espalhados pelo país, onde grande parte dos ciganos trabalhava antes da pandemia, encontra-se obviamente na origem desta dura realidade.

A Associação Letras Nómadas tem vindo a apoiar com alimentos as comunidades ciganas de cinco concelhos do país, entre eles: Ovar, Évora e Figueira da Foz. Bruno Gonçalves congratula-se com a informação sobre a COVID-19, desenvolvida pela Direção Geral da Saúde (DGS) em colaboração com o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) pensada para estas comunidades, que vivem na sua maioria, em abarracamentos ou acampamentos nos arredores das cidades. O dirigente da comunidade cigana recorda que na maior parte dos casos, estas comunidades, têm dificuldades de acesso a cuidados de saúde especializados ou equipamentos de proteção individual (EPIs).

Até ao momento, há apenas a lamentar a morte de três ciganos no país num universo de cerca de 100 infetados pelo novo coronavírus. Para além da falta de alimentos, as comunidades ciganas precisam de medicamentos para os mais idosos, adianta o responsável da Associação Letras Nómadas.

 

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