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Covid-19: Costa garante que se houver inversão da tendência reabertura será repensada

LUSA
30-04-2020 20:38h

O primeiro-ministro, António Costa, assegurou hoje que caso haja uma “inversão da tendência” no risco de transmissão, número de novos casos e pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde devido à pandemia, os passos de reabertura serão repensados.

Na conferência de imprensa em que anunciou o plano de desconfinamento no âmbito do combate à covid-19, António Costa deixou claro que o peso político das decisões e das suas consequências “é mesmo o que ninguém quer saber perante esta pandemia”.

Questionado sobre quais são as linhas vermelhas do Governo em relação aos números da pandemia que podem obrigar a um recuo no calendário de reabertura das atividades económicas e sociais hoje aprovado, o primeiro-ministro respondeu que não há uma linha vermelha, mas sim várias, “que resultam da combinação de um conjunto de fatores” a ter em conta.

Assim, é da análise do risco de transmissão – “o famoso R que nos últimos cinco dias têm estado em 0,94” -, a evolução do número de novos casos e a pressão exercida sobre o Serviço Nacional de Saúde devido aos internamentos que se poderá aferir “o impacto e a influência das medidas” adotadas.

“Se houver uma inversão desta tendência geral, aí temos obviamente que repensar estes passos. Se não houver essa inversão de tendência, bom, isso dá-nos confiança ao Governo, ao conjunto da sociedade para podermos dar os passos seguintes”, assegurou.

Na perspetiva do primeiro-ministro, a “questão da confiança do conjunto da sociedade é fundamental para que esta operação de reabertura das atividades possa ter sucesso”.

“Não basta nós dizermos aos restaurantes que podem abrir dia 18 se eles não tiverem confiança que os seus clientes vão aparecer, porventura muitos preferirão estar fechados”, exemplificou.

Para Costa, o que o Governo tem de fazer “é tomar as medidas que em cada momento que se revelam necessárias” e “procurando tomar as decisões com base no melhor conhecimento científico”.

“Temo-nos confrontado todos, a começar pelos cientistas, com a realidade de estarmos a gerir algo que é absolutamente desconhecido”, assumiu.

Assim, “com toda a humildade”, o chefe do executivo admitiu que é preciso “ir gerindo com base nesta incerteza” e por isso é que é necessária cautela “em cada passo a tomar”

“Agora também não há a certeza se a evolução vai continuar a ser positiva. Olhando para a linha e o percurso percorrido nestes dois meses nós estamos a evoluir no sentido certo”, destacou.

No entanto, Costa avisou que todos têm de ter consciência que “esta evolução é precária porque a qualquer momento pode haver uma alteração desta situação”, sublinhando que isto “depende única e exclusivamente” do comportamento individual e coletivo.

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