Maria João Pereira é investigadora no Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) do Instituto Superior Técnico e uma das envolvidas na criação deste projeto. Com base nos dados públicos divulgados diariamente relativos ao número de casos confirmados, este grupo de especialistas em modelação espacial apura a taxa de infetados por 10 mil habitantes em cada concelho e procura criar cenários e apurar uma imagem média do risco de infeção.
Para além disso, calcula também a variabilidade desses mapas e a incerteza associada ao risco médio de infeção. Estes dois indicadores (o risco e a incerteza) devem, de acordo com Maria João Pereira, ser visualizados em conjunto.

A cada dia é disponibilizado um novo mapa, correspondente aos dados mais recentes da DGS, e estão também disponíveis para consulta os mapas dos últimos sete dias, de forma a ser possível perceber qual tem sido a evolução.

Mais recentemente, os autores deste trabalho passaram a disponibilizar um novo mapa que mostra a tendência de evolução no risco de infeção, ao longo de todo o território nacional. Essa evolução poderá ser positiva, no caso de existir um aumento da taxa de infeção, negativa se essa taxa for agora inferior, ou em vez de evolução registar-se alguma estabilidade nos números.

É desde logo percetível nos mapas o maior impacto da pandemia na região Norte, até ao momento aquela que maior taxa de infeção e risco de infeção apresenta, denotando ainda uma tendência de evolução positiva (isto é, um aumento) no número de casos de infeção confirmados.

Para que seja possível apresentar esta informação ao público, esta equipa de investigadores desenvolveu um modelo estatístico que tem como principais fatores diferenciadores a agregação constante dos dados em populações de diferentes dimensões, e a capacidade de integrar a incerteza dos dados no próprio método.

Para consultar os mapas, aceda ao site oficial do projeto.