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Covid-19: Só a Páscoa alivia queda no consumo dos ovos moles de Aveiro

09-04-2020 17:20h

Com as pastelarias encerradas devido à pandemia da covid-19, o consumo de ovos moles caiu em Aveiro, mas a Páscoa tem aproximado dos valores habituais as vendas nos supermercados, disse hoje o vice-presidente da associação de produtores.

 De acordo com o vice-presidente da Associação dos Produtores de Ovos Moles de Aveiro (APOMA), Rui Almeida, ainda é a Páscoa que “salva a hora do convento”, mas apenas e só com vendas nas grandes superfícies comerciais.

Mesmo aí, antes da época pascal, a venda daquele doce tradicional nas grandes superfícies havia caído cerca de 50%, segundo estima Rui Almeida, mas no retalho, setor a que pertence a maioria dos associados, “a situação é bem pior porque as pastelarias estão fechadas”.

“Em termos dos supermercados houve uma redução de cerca de 50%, porque não é um produto essencial. Ainda assim continua-se a vender e agora na Páscoa até veio para valores parecidos com os que havia antes, mas não vivemos sempre em Páscoa”, afirmou à Lusa.

Segundo Rui Almeida, só praticamente nas grandes superfícies é que ainda se vai vendendo aquele doce tradicional, devido ao encerramento dos estabelecimentos.

Na perspetiva do vice-presidente da APOMA, a redução do consumo de ovos moles, mesmo em hipermercados, está diretamente ligada à mudança de estilos de vida e ao confinamento: “as pessoas saem menos de casa e estão a fazer contas à vida”.

Na sequência da situação epidemiológica e indo ao encontro das orientações da Direção-Geral da Saúde, a própria APOMA encerrou temporariamente o seu escritório, prestando apoio aos seus associados em regime de teletrabalho.

Antes da crise, de acordo com dados da associação, eram produzidas em Aveiro "centenas de toneladas de ovos moles" certificados, movimentando "mais de cinco milhões de euros" e empregando cerca de 350 pessoas.

A APOMA foi constituída em 2000 por um grupo de produtores que, receando a adulteração daquele doce típico de Aveiro, avançou com o respetivo processo de certificação, tendo sido o primeiro produto da pastelaria portuguesa a receber a denominação “Indicação Geográfica Protegida”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 02 de abril na Assembleia da República.

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