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Covid-19: Chaves cria bolsa de voluntários e espaços de retaguarda para idosos

LUSA
03-04-2020 11:52h

A Câmara de Chaves vai criar uma bolsa de voluntários com profissionais de diversas áreas para cooperar com os lares de terceira idade e espaços de retaguarda para acolher até 100 idosos, adiantou à Lusa hoje o presidente.

A bolsa de voluntários “eclética” resulta de uma cooperação entre a autarquia de Chaves, no distrito de Vila Real, e as instituições que acolhem idosos no concelho.

Segundo explicou o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, esta “lista de recursos humanos” tem o objetivo de “ser ativada numa situação de emergência caso haja necessidade de transferir utentes de lares”.

“Essa bolsa será alimentada por todas as instituições que dela queiram participar, mas será alimentada por todos os voluntários que a queiram integrar e vamos fazer uma campanha de sensibilização nesse sentido”, realçou.

E acrescentou: “terá também profissionais da Câmara de Chaves das áreas respetivas que tenham vontade e que estejam disponíveis para apoiar no sentido de ter uma bolsa da equipa de profissionais o mais eclética possível”.

Segundo o autarca, o objetivo é “poder responder numa primeira fase e de forma provisória à necessidade de recursos humanos numa situação de contágio num dos equipamentos e de necessidade de ficar em quarentena e transferência dos respetivos utentes”.

A autarquia está ainda a preparar “espaços de retaguarda” para acolher até 100 idosos.

“Estão já identificados até quatro espaços físicos que poderão servir efetivamente para poderem receber esses utentes. Estão a ser preparados em termos logísticos para que possamos acomodar todas as pessoas”, explicou Nuno Vaz.

Para o autarca, a “expectativa e desejo é que não aconteça nada de muito relevante, mas, esperando o melhor, temos que nos preparar para o pior”.

A Câmara de Chaves realizou na quarta-feira, por videoconferência, uma reunião em que participaram mais de 80% das instituições que acolhem idosos no concelho, que apresentaram como principais necessidades os materiais de proteção e recursos humanos.

Além de perceber a “implementação dos respetivos planos de contingência”, a autarquia procurou perceber “a forma como está organizado o trabalho”.

“Há quem esteja a trabalhar em espelho com um sistema de rotação com alternância de quinzena dos profissionais, alguns deles com permanência na unidade. Outras sentem mais dificuldade e encontraram soluções diferentes na rotação dos funcionários”, apontou.

Segundo o autarca, o município está ainda a constituir “uma reserva estratégia de equipamentos de proteção individual no sentido de poder recorrer e satisfazer situações de rotura de stock que aconteça numa situação de emergência”.

Assim, caso haja necessidade de colocar em quarentena utentes de lares, estarão disponíveis máscaras, óculos e fatos de proteção, vincou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na véspera, e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação a quarta-feira.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.

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