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Médicos querem duplicar duração das consultas

18-02-2019 16:57h

Consultas de medicina geral devem passar de 15 a 20 minutos para 35 a 40 minutos, defende proposta da Ordem dos Médicos

A Ordem dos Médicos quer aumentar o tempo das consultas, nalguns casos para o dobro, tanto no Serviço Nacional de Saúde como no privado. A proposta da OM prevê que uma primeira consulta de medicina geral e familiar para adultos deva demorar, no mínimo, entre 35 e 40 minutos. Em média, até à data, uma consulta tem a duração de 15 a 20 minutos e é isso mesmo que os médicos querem alterar afirmando que não existe o tempo necessário para um primeiro contacto com o doente. Os médicos defendem também que nos casos de diagnósticos que levam a um acompanhamento do paciente pelo mesmo médico, as consultas devem passar a ter uma duração mínima entre 20 e 30 minutos, e nos casos das consultas de psiquiatria infantil, que passem para os 60 ou 90 minutos.

As cirurgias gerais devem passar a ter uma duração de 30 minutos. Sendo assim, o bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, apresentou uma proposta de alargamento e padronização do tempo de consultas. Durante o mês de abril, a versão final do documento será votada pelos clínicos e entrará em vigor. O bastonário já tinha referido que um dos seus principais objetivos era dar prioridade à relação médico-doente e, dois anos após a sua posse, apresenta esta proposta. Defende que a relação médico-doente é a porta de entrada na saúde e é necessário preservar a qualidade e os direitos dos doentes que, muitas vezes, se perdem com o pouco tempo de consultas. A proposta da Ordem dos Médicos alerta também para o cenário que existe, com várias consultas marcadas para a mesma hora e falhas recorrentes nos sistemas informáticos. Depois de aprovadas pelos médicos, as regras vão ter efeitos imediatos. No entanto, Miguel Guimarães explica que haverá um período para que os hospitais e centros de saúde, tanto do SNS como do privado, se adaptem aos novos tempos de consulta. A meta da Ordem é aplicar as novas regras até ao final deste ano. 

Em declarações ao programa "Saúde em Dia" do Canal S+, o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, apoia a opinião da Ordem dos Médicos. Nuno Miranda defende que o tempo dedicado a cada doente tem de ser maior para que a informação médica seja transmitida de forma correta e completa.

 

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