O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) criticou hoje o número de vagas do concurso do Ministério da Saúde para recém-especialistas, considerando-o insuficiente e desajustado às necessidades do Serviço Nacional de Saúde.
Segundo os despachos publicados em Diário da República na terça-feira, foram abertas 606 vagas para médicos especialistas recém-formados, 447 das quais para a área hospitalar, 142 para Medicina Geral e Familiar e 17 para Saúde Pública.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, disse que o sindicato “lamenta o processo, lamenta o número de vagas disponíveis, lamenta as localizações”.
“Isto é tudo o que o planeamento de recursos humanos não é. Ou seja, sítios que precisam urgentemente de médicos não estão contemplados e vagas que abriram em abril, e que não foram preenchidas, não são agora abertas”, criticou.
Nuno Rodrigues aponta responsabilidades à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e à Direção Executiva do SNS, defendendo que estas entidades “têm de assumir responsabilidades pelo número de médicos que não vão entrar nesta época”.
“O SIM persistentemente tem dito que temos de ter as vagas permanentemente abertas, tem de ser feito um verdadeiro planeamento de recursos humanos”, afirmou, frisando que as 606 vagas agora abertas são “insuficientes e claramente abaixo até das expectativas que as ULS [Unidades Locais de Saúde] transmitiram”.
O dirigente sindical diz não perceber como é que as “ULS pedem um determinado número de vagas e é aberto um número inferior”.
Por outro lado, apontou, médicos que estão com contrato de prestação de serviços e que poderiam agora integrar os quadros, vão continuar nessa situação.
“O SIM claramente não compreende como é que isso continua a ser possível em 2025”, disse, lamentando não haver “um verdadeiro planeamento de recursos humanos”.
Para Nuno Rodrigues, todo o processo carece de validação e de profissionalismo, “que parece, de facto, não existir”, lembrando que teve de ser o SIM a alertar para o atraso do concurso.
“A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde diz que quer o SNS mais competitivo, mas depois lança um concurso em que nem as vagas pedidas pelas próprias ULS aparecem no mapa. A partir deste momento, não se pode esperar nada de bom”, lamentou.