SAÚDE QUE SE VÊ

Novo executivo de Gaia diz que município desistiu de quase 16 ME do PRR

LUSA
16-12-2025 22:15h

O vereador da Câmara de Gaia Firmino Pereira disse hoje na reunião do executivo que o município desistiu de 15,81 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), falando em "negligência política" do anterior executivo municipal.

Numa intervenção na reunião pública da Câmara de Gaia, que decorreu hoje nos Paços do Concelho, o vereador com o pelouro dos Equipamentos Públicos e Espaço Público elencou quatro projetos dos quais a autarquia terá desistido de obter fundos do PRR no tempo a liderança do PS.

Em causa, segundo os números adiantados hoje por Firmino Pereira, que faz parte da vereação do executivo liderado por Luís Filipe Menezes (PSD/CDS-PP/IL) estão as obras na Escola Básica de Santa Marinha, no valor de 8,5 milhões de euros, a Unidade de Saúde dos Carvalhos (já em construção), de 4,8 milhões de euros, a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados de Oliveira do Douro (1,185 milhões de euros) e a Unidade de Saúde Familiar (USF) de Grijó (1,325 milhões de euros).

Segundo o responsável, a desistência dos projetos foi votada na reunião de Câmara de 7 de julho, já presidida por Marina Mendes, após a saída de Eduardo Vítor Rodrigues do cargo, em 30 de junho, algo comprovado pelas atas da reunião de câmara consultadas pela Lusa, e que contou com a aprovação por unanimidade, ou seja, também do vereador do PSD presente na reunião, Rui Rocha Pereira.

"Solicitei ao senhor presidente da Câmara, que já aprovou esse pedido, a realização de uma auditoria interna sobre a Escola Básica de Santa Marinha", disse Firmino Pereira, acrescentando depois que o procedimento teria de ser alargado a outros procedimentos, falando em "negligência política" do anterior executivo.

Na resposta, o vereador do PS João Paulo Correia disse não se furtar ao debate mas exigiu que todos estejam "em pé de igualdade" quanto à informação disponibilizada, considerando que "a documentação existente não é suficiente para fazer uma conclusão".

O socialista fez um requerimento oral e pediu "toda a informação" sobre os casos em apreço, dizendo ainda que Firmino Pereira sugeriu que "houve dolo" no processo de desistência, algo que estava por provar.

Já o presidente da autarquia, Luís Filipe Menezes, disse que a desistência do acesso aos fundos do PRR "é um ato proativo", pelo que para si "não há dúvida".

"Para mim, é gestão danosa. Se se vier a confirmar aquilo que ali está, eu participarei às autoridades que foi um ato de gestão danosa", que "pode não ser voluntariamente para prejudicar ninguém", mas é "incompetente e grave".

MAIS NOTÍCIAS