O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, defendeu hoje para o hospital local o aumento das valências, argumentando que os problemas de mobilidade na vizinha cidade do Porto o aconselham.
"Os hospitais polivalentes, como é o caso deste de Gaia e de Espinho, que ficam na periferia de uma grande área metropolitana, têm todas as valências, têm uma grande importância do ponto de vista da organização da emergência médica. E porquê? Porque estando na periferia, toda a lógica de transporte, mobilidade, é muito mais fácil. Os senhores conhecem o quadro que está a haver sobre a Via de Cintura Interna, por exemplo. Eu admiro-me que ainda muitas grávidas não tenham dado à luz na Ponte da Arrábida”, argumentou.
Entende o autarca que o Governo deve reforçar de “uma forma definitiva a polivalência, do ponto de vista qualitativo e de emergência médica, o grande centro hospitalar [Unidade Local de Saúde Vila Nova de Gaia - Espinho] que acaba por ser o grande centro a sul do Porto”.
Em declarações hoje, antes de se reunir com atuais e anteriores diretores do hospital de Gaia, bem como médicos e também o presidente da Câmara de Espinho, Jorge Ratola, o autarca gaiense disse ter sido por ação sua que o serviço de pediatria se vai manter naquela unidade de saúde a sul do rio Douro.
A Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) recebeu a confirmação da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente de que mantém a classificação IIb na Rede de Referenciação em Pediatria, anunciou em 25 de novembro aquela ULS.
Em causa estavam as conclusões preliminares da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, no âmbito do processo de consulta pública sobre a redefinição da rede de referenciação, um tema que gerou reparos e preocupações por parte do presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes (PSD/CDS-PP/IL), e do PS de Gaia, que é agora oposição nesta autarquia do distrito do Porto.
“Em abono da verdade, eu acho que foi pelo barulho que nós fizemos. (…) Nem sequer admito outro cenário. Assim como não admito outro cenário em relação à cardiologia, assim como não admito outro cenário em relação a qualquer valência de especialidade qualificada que está no Hospital de Gaia”, afirmou hoje o autarca.
E insistiu: “queremos mais serviços, queremos melhores serviços, queremos mais investimentos em obras que estão atrasadas e que já deviam ter sido feitas, queremos a qualificação numa lógica de hospital universitário, até porque Aveiro não conseguirá sozinha dar resposta à situação de ter a gestão de um grande centro universitário hospitalar”.
O presidente do conselho de administração do hospital de Gaia, Luís Matos, afirmou, por seu lado, haver o “compromisso da parte da Comissão Nacional da Saúde Materna (…) para ter os cuidados intermédios pediátricos em 2026” revelando ter “um documento escrito onde diz que não há problema nenhum com a área pediátrica” e que irão manter-se o nível em que “sempre” estiveram e que “é o nível correto”.
Luís Matos negou que o problema seja financeiro, explicando que se trata “essencialmente de uma reestruturação, não se trata de obras, não se tratam de coisas de grande complexidade, é uma pequena reestruturação”, manifestando a convicção de que, “no meio do próximo ano, estará resolvido”.
Questionado sobre as principais preocupações neste momento que tem relativamente ao hospital, o presidente do conselho de administração referiu o “conseguir encontrar meios para fazer umas instalações novas e acabar o novo Hospital de Gaia”.
A terminar, Luís Matos afirmou não ter recebido “nenhuma indicação (…) da tutela, da direção executiva e que nunca foram postam em causa as valências do Hospital de Gaia”.