O Presidente da República, operado na segunda-feira a uma hérnia encarcerada, deverá ter alta clínica dentro de algumas horas, disse hoje a presidente do Hospital de São João, no Porto, onde o chefe de Estado está internado desde segunda-feira.
Numa conferência de imprensa para ponto de situação sobre o estado de saúde de Marcelo Rebelo de Sousa, Maria João Baptista, disse que o chefe de Estado “alimentou-se bem e terá de fazer alguns exames” e deverá sair do hospital “dentro de poucas horas”.
“O senhor Presidente da República está bem-disposto e está bem. Temos as condições clínicas que pretendíamos, aquilo que era esperado no pós-operatório e aquilo que vamos fazer neste momento é esperar um pouco mais para o senhor Presidente se alimentar e, havendo condições, terá alta dentro de algumas horas”, disse Maria João Baptista.
Questionada sobre quais os cuidados que Marcelo Rebelo de Sousa deve ter, a médica disse que este deve “ter alguns cuidados alimentares, atendendo ao tipo de cirurgia que fez, e algum cuidado com um maior repouso em relação àquilo que é a sua atividade”.
“O acompanhamento [médico] será feito com os médicos, com a equipa de médicos que segue habitualmente o senhor Presidente e que tem estado em contacto connosco permanente”, acrescentou.
Já o chefe da Casa Civil da Presidente da República, Fernando Frutuoso de Melo, confirmou que as visitas ao Vaticano e a Espanha foram canceladas, tendo a de Espanha sido remarcada para fevereiro, e que Marcelo Rebelo de Sousa irá agora para Belém de carro.
“Sim, vai para Belém. De carro, exatamente (…). Há em Belém um gabinete de apoio médico em permanência, portanto estará acompanhado pela equipa médica, pela equipa de enfermagem”, referiu.
Sem adiantar datas específicas para o retomar de agenda do chefe de Estado, nomeadamente sobre as visitas agendadas, Fernando Frutuoso de Melo admitiu que a alta hospitalar esteja para breve.
“Eu acho que ele está com vontade de sair o mais depressa possível”, disse.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi admitido na segunda-feira à noite no Hospital de São João, no Porto, depois de se ter sentido indisposto, na sequência de uma paragem de digestão, indicou a Presidência da República.
Na página oficial na Internet, a Presidência da República explicou que o chefe de Estado sentiu-se indisposto "quando regressava de Amarante, das exéquias do Engenheiro António Mota", em Amarante.
Na declaração à imprensa, cerca das 22:00 de segunda-feira, a presidente da ULS São João, Maria João Baptista explicou que a decisão de se proceder a uma cirurgia decorreu ainda do facto de Marcelo Rebelo de Sousa "já ter sido submetido a uma cirurgia prévia por uma hérnia semelhante a este quadro que tem neste momento".
Já no ponto de situação feito cerca das 14:00 na terça-feira, a médica reforçou que “esta cirurgia foi feita de uma forma muito atempada”, elogiando a “sensatez” da equipa da Presidência da República “por ter procurado cuidados de saúde de uma forma muito oportuna””.
De acordo com a representante, uma hérnia "corresponde a uma área da parede abdominal que é mais frágil e que permite que uma parte do intestino passe através dos tecidos", comprometendo "a capacidade de irrigar os tecidos".
No Hospital de São João, Marcelo Rebelo de Sousa, 76 anos, recebeu a visita, na terça-feira, do Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e hoje de manhã do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, bem como do presidente da Câmara Municipal do Porto, Pedro Duarte (PSD).