O Infarmed está a analisar a possibilidade de comparticipação de medicamentos para tratamento da obesidade, anunciou hoje a ministra da Saúde, após a OMS ter feito esta semana novas recomendações sobre a doença.
“Tem de ser avaliado pelos peritos e tem de estar dentro das indicações definidas pela DGS para situações consideradas graves, onde se comprove que há o tal custo-efetividade”, disse Ana Paula Martins, que falava aos jornalistas depois de se ter vacinado contra a gripe e Covid-19, numa farmácia em Porto Salvo, no concelho de Oeiras.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou pela primeira vez alargar a utilização de uma classe de medicamentos usados na diabetes e perda de peso para tratar a obesidade, que afeta mil milhões de pessoas em todo o mundo.
A OMS defende que estes tratamentos, usados para tratar a diabetes e a obesidade, sejam universalmente e financeiramente acessíveis.
"É uma recomendação que, quer o Infarmed, através dos peritos que avaliam os medicamentos e as suas implicações, quer a Direção-Geral da Saúde, que olha para os processos assistenciais integrados na área da obesidade, naturalmente terão em linha de conta, dentro do que são as indicações técnicas e as necessidades das pessoas que vivem com obesidade e que têm de ter uma atenção particular", disse a ministra.
Questionada também pelos jornalistas, a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, lembrou que a DGS já elaborou o percurso de cuidados para a pessoa com obesidade e que já há um despacho governamental que abre a possibilidade da comparticipação de fármacos para a obesidade, lembrando que o Infarmed está a fazer um estudo sobre a matéria.
"Esta abordagem está a ser estudada pelo Infarmed (…) e temos de aguardar. (…) Tudo o que fazemos tem de ser muito ponderado e assegurando, não só o que é melhor para os cidadãos, mas também o que é a sustentabilidade pública", afirmou.