A Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) tem em curso um plano de remodelação que inclui a construção de novos edifícios e melhoramentos nos atuais, projeto orçado em mais de 250 milhões de euros, foi hoje revelado.
Em causa está a ambição de “unir” as infraestruturas atuais e evitar passagens “ao relento” de edifício em edifício, bem como projetar a ULSGE em áreas como materno-infantil, oftalmologia e transplante cardíaco.
“Com estes edifícios, pretende-se juntar todas as peças espalhadas. São investimentos avultados que fazem todo o sentido porque o Hospital de Gaia tem um nível de diferenciação alto. Na área materno-infantil, por exemplo, faz sentido, porque estamos a criar uma Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos”, disse à Lusa o presidente do conselho de administração da ULSGE, Luís Matos.
A criação desta unidade foi confirmada a 21 de novembro, altura em que a ULSGE escreveu à Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente a exigir a manutenção da classificação IIb na Rede de Referenciação em Pediatria, dado entretanto confirmado a 25 do mesmo mês.
Segundo Luís Matos, o novo edifício materno-infantil deverá custar cerca de 30 milhões de euros e estar pronto no final de 2027.
Na mesma data deverá estar pronto um espaço para ambulatório, centro oftalmológico e hospital de dia, esse no valor de 12 milhões de euros.
“A pressão neste momento é grande e nós estamos a chegar ao limite da nossa capacidade”, disse Luís Matos sobre o edifício de oftalmologia, enquanto sobre o materno-infantil, que nascerá no parque de estacionamento número 5, o objetivo é “instalar a consulta de pediatria, a consulta de obstetrícia, fazer a ligação ao internamento e à urgência de obstetrícia e ao bloco de partos”.
A ideia de criar um hospital novo em Vila Nova de Gaia caiu quando Portugal viveu cortes associados à intervenção da ‘troika’, tendo sido criado o plano de remodelação integrada que incluiu um conjunto de edifícios, alguns já feitos e outros em fase de candidatura ou concurso.
Já em fase de concurso, está um projeto de 1,8 milhões de euros para criação da Unidade de Cuidados Intermédios e Modernização do Bloco Operatório.
O anúncio foi publicado em Diário da República na sexta-feira, sendo o prazo de execução do contrato de 120 dias.
À Lusa, fonte da ULSGE descreveu que serão construídas três salas de bloco operatório “tecnologicamente avançado e adaptado às exigências assistenciais”, será beneficiado o recobro e da Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos (UCPA) para promover “a segurança do doente e a eficiência na transição do perioperatório”.
Este projeto surge porque “a infraestrutura atual encontra-se desajustada face às necessidades clínicas e operacionais” com “capacidade insuficiente face ao volume de cirurgias programadas e urgentes”.
A estes projetos soma-se o centro do coração e da pneumologia, um edifício no valor de 198 milhões de euros anunciado por Luís Matos a 25 de novembro.
“Atingimos um patamar de evolução que o próximo salto, do ponto de vista da cirurgia cardíaca, tem que ser o transplante cardíaco. A nossa evolução natural, técnica e científica é vir a fazer transplante. O de coração não demorará muito tempo e o de pulmão está também em perspetiva”, disse Luís Matos.
Esta ambição inclui a construção de um novo edifício, obra que poderá demorar quatro anos a ficar concluída, mas o avanço das cirurgias de transplante não terá de aguardar por uma infraestrutura nova.
A ULSGE estará a realizar transplante cardíaco “provavelmente dentro de um ano”, apontou o presidente do conselho de administração.
“Tirando a psiquiatria, que tem um pavilhão autónomo e esse já não será ligado, estou em crer que vamos conseguir unir tudo”, concluiu.