Três hospitais de Lisboa acolhem bibliotecas abertas a pacientes, visitantes e profissionais, numa iniciativa que visa promover a leitura em ambiente hospitalar e reforçar o compromisso com cuidados de saúde mais humanos, inspirados pelos livros.
Em declarações à Lusa, a diretora de Recursos Humanos do Grupo LeYa, que promove a iniciativa em parceria com a Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental (ULSLO), explicou que o objetivo é promover a leitura como motor de transformação social e mobilizar os colaboradores da editora, que tratam e preparam os livros.
De acordo com Marta Branquinho, o projeto “LeYa para Cuidar” nasceu de um convite da ULSLO, através do Hospital de Santa Cruz, e “depois começou a crescer”.
“Fez-nos todo o sentido que este projeto ganhasse asas”, afirmou a responsável, destacando a presença atual nos hospitais Egas Moniz, São Francisco Xavier, Santa Cruz.
A editora tem vontade de expandir a iniciativa ao Hospital de Santa Maria, que já tem contadores de histórias, no âmbito da iniciativa “Os contadores de histórias LeYa”, que nasceu no Dia Mundial da Criança, quando a editora doou 150 livros infantis e levou os seus colaboradores a contar histórias a crianças internadas.
Todas as sextas-feiras, duplas de voluntários da LeYa visitam o Hospital de Santa Maria para contar histórias a crianças internadas ou em tratamento.
“É absolutamente gratificante”, observou Marta Branquinho, sublinhando o impacto emocional da iniciativa: “Estamos a modificar pelo menos uma parte do dia daquele miúdo, ou daquela miúda, mas também daquela mãe ou daquele pai”.
No Hospital Santa Maria, a biblioteca será inaugurada até meados de novembro.
“Acreditamos que, no máximo, a meio de novembro temos quatro bibliotecas exclusivas LeYa em quatro grandes hospitais de Lisboa”, disse.
Com mais 500 livros distribuídos em cada um dos hospitais, a LeYa tenta adaptar as bibliotecas às necessidades de cada unidade, definindo os géneros literários em diálogo com as instituições.
“Foram eles que nos pediram os géneros literários, e fomos nós que escolhemos os livros consoante os géneros que nos pediram”, referiu.
No Hospital Francisco Xavier, a coleção inclui uma forte componente infantojuvenil, enquanto nos hospitais Santa Cruz e Egas Moniz predominam títulos para adultos.
Além das bibliotecas, a editora destacou o papel da leitura na humanização dos cuidados.
“Estamos a caminhar para o sítio certo e a LeYa quer posicionar-se no sítio certo”, disse Marta Branquinho, recordando também o projeto com prisões e a parceria com escolas africanas.
No primeiro semestre de 2025, foram doados mais de 11 mil livros, muitos deles para a Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Angola.
A diretora de Recursos Humanos do Grupo LeYa indicou que as bibliotecas só contêm livros da editora.
O plano seguinte passa por alargar a parceria com os hospitais já envolvidos, incluindo novas ações como sessões de contadores de histórias – “Os contadores de histórias LeYa” – e a introdução de outros produtos da editora.
“O objetivo é continuar a ser este parceiro em mais hospitais na região de Lisboa e, quem sabe, para o resto do país”, concluiu.
A LeYa vai manter as bibliotecas nos hospitais da ULSLO acessíveis a todos — pacientes, visitantes e profissionais — com um sistema próprio de requisição.