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Ministro da Saúde pede gestão criteriosa dos recursos do setor em Moçambique

Lusa
10-10-2025 15:02h

O ministro da Saúde moçambicano, Ussene Isse, pediu hoje uma gestão criteriosa e transparente dos recursos, num contexto de redução dos meios financeiros, anunciando que o setor passará a implementar o mês da planificação a partir de 2026.

"Temos que tomar decisões estruturantes para o alcance da cobertura e do acesso universal à saúde", disse Ussene Isse, durante a abertura da reunião do Conselho Coordenador do Ministério da Saúde, em Maputo.

Para o alcance desta cobertura, o governante apelou aos membros da classe para uma gestão "criteriosa e transparente" dos recursos existentes: "estamos num contexto de redução de recursos financeiros, isso significa que cada dólar ou cada metical que nós vamos executar, temos que executar com transparência".

"Por isso, temos que priorizar ações de investimento estratégica e com foco no triplo fardo de doenças que nós temos no país. As doenças transmissíveis, não transmissíveis e o trauma, que hoje é um grande problema de saúde pública no nosso país", explicou.

Para Isse, a planificação integrada conjunta é um pilar "fundamental", desde o distrito até ao nível central do setor da saúde.

"Mais uma vez lanço este desafio para os colegas da planificação. Fica decidido que doravante, 2026, o setor da saúde de Moçambique vai implementar o mês da planificação, o mês em que o país vai só focar na planificação integrada", disse.

Segundo o ministro, há exemplos de países que já estão a implementar este modelo e serão envolvidos todos os setores da sociedade: "todos terão um espaço para vir colocar o pensamento".

Quando se aproximam as quadras festivas do final do ano, o governante alertou para o desafio das emergências em saúde pública, pedindo cautela e preparação antecipada aos diretores provinciais e médicos chefes das unidades médicas no país, "para evitar surpresas".

"Tendo em conta que o nosso maior valor é a vida, colegas, temos que olhar o nosso compromisso e as nossas mudanças constantes para tomarmos decisões arriscadas. Temos de enfrentar o desafio", afirmou.

Pediu ainda a reorganização das prioridades e o foco no paciente, para transformar a saúde num sistema "muito forte, muito robusto, competente e eficiente para todos".

"Colegas, o povo é a nossa prioridade central e quando falamos na saúde, falamos do doente, ou do paciente, o nosso foco central. Por isso, temos de respeitar de forma humanizada as necessidades reais das pessoas e, acima de tudo, do ambiente hospitalar", disse, afirmando que "o ritmo do coração dos doentes tem de bater ao ritmo do coração dos profissionais da saúde".

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