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Presidente da Assembleia Intermunicipal do Oeste repudia suspensão do novo Hospital do Oeste

LUSA
07-10-2025 19:30h

O presidente da Assembleia Intermunicipal do Oeste, Rui Prudêncio, expressou hoje repúdio e indignação pela suspensão da construção do novo Hospital do Oeste, e exigiu ao Governo a reversão da decisão anunciada pelo líder do PSD, Luís Montenegro.

“A decisão agora anunciada pelo Governo constitui um retrocesso inaceitável, uma afronta à vontade e ao esforço conjunto das autarquias e das populações, e uma violação do princípio da coesão territorial que o Estado tem o dever de promover”, considerou Rui Prudêncio (PS), reagindo ao anúncio da suspensão do processo de construção do novo Hospital do Oeste.

Em 2023, o então ministro da Saúde, Manuel Pizarro (PS), anunciou que o novo hospital do Oeste seria construído na Quinta do Falcão, no Bombarral, no distrito de Leiria.

Em outubro de 2024, numa reunião com os 12 autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Oeste, a ministra da Saúde informou que o concurso para o hospital deveria ser lançado “durante o primeiro semestre de 2025” e, pela primeira vez, o Governo inscreveu, no Orçamento do Estado (OE) para 2025 uma verba de 265,1 milhões de euros para este equipamento.

Num jantar-comício de apoio ao candidato PSD/CDS-PP à Câmara das Caldas Rainha, realizado na segunda-feira, o presidente do partido, Luís Montenegro, afirmou que o Governo suspendeu “o processo que estava em curso para aprofundar a avaliação sobre a construção do hospital do Oeste”.

O também primeiro-ministro assegurou que “a decisão será a que resultar do processo de avaliação aprofundado, fundamentado com todas as consequências”.

Em comunicado, o presidente da Assembleia Intermunicipal do Oeste, em que têm assento todos os partidos eleitos nos 12 municípios do Oeste, criticou a decisão que considera não ser “técnica ou orçamental”, mas sim “uma escolha política em tempo de eleições autárquicas, que desrespeita uma região inteira, os seus cidadãos e os profissionais de saúde que diariamente enfrentam condições cada vez mais difíceis” nos atuais hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.

“Após mais de vinte anos de espera, estudos, debates e negociações entre os municípios da nossa região, alcançámos finalmente um consenso histórico: a localização do novo hospital no concelho do Bombarral, ponto central e de equilíbrio geográfico entre todos os concelhos do Oeste”, lembra Rui Prudêncio no comunicado.

Para o socialista, “este entendimento, fruto de um raro e exemplar espírito de cooperação intermunicipal, representou um passo decisivo para garantir aos cidadãos do Oeste um acesso digno, justo e eficiente a cuidados de saúde de qualidade”.

Perante o retrocesso na decisão de localizar o novo hospital no Bombarral, Rui Prudêncio exige do Governo “a reversão imediata desta decisão, o respeito pelo consenso regional alcançado e o cumprimento do compromisso assumido com o Oeste”.

O futuro da saúde pública na região “não pode continuar a ser adiado”, defendeu, concluindo que “o Oeste merece o novo hospital — e não abdicará dele”.

Para o presidente da Câmara do Bombarral, Ricardo Fernandes (PS), “a decisão de adiar o Hospital do Oeste é incompreensível e profundamente injusta para uma região que há mais de 20 anos aguarda uma resposta hospitalar condigna”.

Na sua página da rede social Facebook, o autarca recordou o estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste que apontava o Bombarral como a melhor localização e defendeu que “deitar esse trabalho fora por motivações partidárias e por bairrismos é um desrespeito para com 300 mil habitantes do Oeste”.

O novo hospital deverá substituir as unidades das Caldas da Rainha e de Peniche, no distrito de Leiria, e de Torres Vedras, no distrito de Lisboa e servir cerca de 300 mil habitantes destes concelhos e dos de Bombarral, Cadaval e Lourinhã.

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