A Direção-geral de Alimentação e veterinária (DGAV) apelou hoje para o reforço da prevenção contra a dermatose nodular contagiosa (DNC) face ao aumento dos casos de infeção de bovinos na União Europeia (UE).
“A doença DNC tem vindo a ser identificada na União Europeia, o que indica o agravamento da situação epidemiológica […]. A DGAV, na qualidade de Autoridade Sanitária Veterinária Nacional, e de forma a reduzir o risco de introdução da DNC em território nacional, solicita a colaboração dos produtores, comerciantes, industriais, transportadores, médicos veterinários e de todos os que lidam com os efetivos de bovinos”, avisou, em comunicado.
Assim, pediu que sejam aplicadas as medidas de biossegurança nas explorações, centros de agrupamento e entrepostos e controlados os vetores no meio ambiente, nos alojamentos dos animais e nos próprios animais, recorrendo a inseticidas e antiparasitários externos.
Por outro lado, disse que deve ser feita uma adequada limpeza, desinfeção e desinsetização dos veículos e navios que transportam animais.
Qualquer suspeita de infeção por esta doença tem de ser comunicada à DGAV.
Espanha confirmou, este sábado, o primeiro caso de DNC numa exploração pecuária na região de Alt Empordà, na Catalunha, tendo o Governo acionado medidas de controlo.
França já tinha reportado 67 surtos e Itália 47. Esta doença não se transmite a humanos.
Para conter o surto, o Governo da Catalunha ativou um conjunto de medidas, que inclui o controlo da área onde foi detetada a doença, de modo a evitar a sua propagação para as explorações agrícolas vizinhas.
Segundo informação publicada pela DGAV de Portugal, a dermatose nodular contagiosa é uma doença viral, que afeta bovinos e alguns ruminantes selvagens, como o búfalo de água.
O vírus é transmitido, principalmente, por moscas, mosquitos e carraças, mas também através do contacto direto em animais doentes e sãos.
A transmissão indireta, por exemplo, através de água e alimentos contaminados também é possível.
Os sintomas mais comuns de DNC são febre, anorexia, salivação excessiva, corrimento óculo-nasal e diminuição da produção de leite.
Podem surgir lesões nos animais sob a forma de nódulos e tumefações.
A taxa de mortalidade é de cerca de 10%. Contudo, não existe tratamento para a doença e a vacinação está proibida na União Europeia, exceto em casos de emergência.