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Lançado grupo de trabalho para responder à falta de médicos nas zonas de baixa densidade

Lusa
12-09-2025 16:04h

A Ordem dos Médicos (OM) lançou hoje um grupo de trabalho que vai apresentar ao Governo e aos partidos uma resposta para a falta de clínicos nas zonas de baixa densidade populacional, revelou o bastonário.

Em declarações à agência Lusa, o bastonário da OM, Carlos Cortes, indicou que este grupo de trabalho deu ‘os primeiros passos’ numa reunião entre dirigentes nacionais e dos conselhos sub-regionais da Ordem, realizada hoje em Évora.

“Queremos apresentar uma resposta muito concreta” e, nesta reunião, já foram apresentadas algumas ideias, “que vão desde condições financeiras e de trabalho, à ligação à comunidade, por exemplo, a estabelecimentos de ensino superior”, adiantou.

Escusando, para já, detalhar as propostas, Carlos Cortes referiu que o grupo de trabalho é coordenado pelo presidente do Conselho Sub-Regional de Vila Real da OM, Fernando Salvador, e formado por médicos indicados por cada conselho sub-regional.

“Esperamos ter o documento fechado, sensivelmente até ao final do ano, para o podermos apresentar ao poder político, ao Governo e na Assembleia da República, em janeiro” de 2026, realçou.

O bastonário aludiu a Évora, onde se realizou esta reunião, e também a Beja e Portalegre, igualmente no Alentejo, para dar o exemplo de zonas que enfrentam a carência de clínicos e onde se estão “a perder muitas especialidades médicas”.

“Não queremos ter todas as especialidades em todas as áreas do país, não é possível”, mas tem de haver “uma boa rede de referência das várias especialidades” e “uma base de resposta que possa tratar dos doentes, pelo menos numa primeira fase”, disse.

Atualmente, segundo Carlos Cortes, “tanto nos cuidados de saúde primários, como nos cuidados hospitalares, isso não está a acontecer”.

Por isso, defendeu, “tem de haver uma política nacional de resposta para essas zonas” carenciadas de médicos, considerando que “os incentivos que estão a ser desenvolvidos não são incentivos que consigam captar os médicos”.

“Tem de haver outra política, que passa por condições remuneratórias e de estrutura familiar do médico para que possa ter uma resposta para seus filhos e cônjuge, um conjunto de ligações, por exemplo, para desenvolver a sua atividade formativa e contacto com entidades do ensino superior ”, acrescentou.

Nas declarações à Lusa, o bastonário da OM revelou que, nesta reunião em Évora, foi feito um balanço negativo e de “enorme preocupação” sobre a saúde em Portugal.

De acordo com Carlos Cortes, a Ordem vai também apresentar, nas próximas semanas, ao Governo e aos grupos parlamentares um conjunto de 20 medidas para “ajudar a ultrapassar problemas” do setor e uma proposta para a nova carreira médica.

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