O ministro da Saúde de Cabo Verde participa numa reunião de alto nível sobre malária, que decorre entre hoje e sexta-feira em Abuja, Nigéria, reunindo governantes e líderes regionais para coordenar ações para erradicação da doença.
A reunião de alto nível "aproveitar o papel central de África para o grande impulso contra a malária (2024-2030)" é organizada pelo ministro da Saúde da Nigéria e junta autoridades governamentais, líderes regionais, representantes do setor privado e parceiros globais da saúde, visando [alcançar um] compromisso político e impulsionar ações coordenadas para a erradicação da doença", informou o Governo cabo-verdiano.
A participação de Cabo Verde inclui o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, que intervém com o tema "mobilização de recursos nacionais e ação política – decisões-chave de países prioritários para embasar a estratégia", lembrando que o arquipélago "conhece bem este desafio e está ciente de que o risco de reintrodução de casos importados continua a ser real, num contexto de intensa mobilidade humana e dos impactos das mudanças climáticas".
O governante recordará que, durante décadas, a luta contra o paludismo em Cabo Verde foi marcada por avanços e retrocessos, mas a decisão política assumida ao mais alto nível permitiu ao país alcançar, em janeiro de 2024, a certificação da eliminação da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tornando-se o terceiro país africano a conquistar esse marco histórico.
As discussões centrar-se-ão na tradução da declaração de Abuja em progressos concretos, alinhando estratégias entre as comunidades económicas regionais e abordando as intersecções entre malária, alterações climáticas, pobreza e desenvolvimento económico.
O primeiro dia foca-se na obtenção de compromissos de alto nível e na harmonização de estratégias nacionais e regionais, enquanto o segundo será dedicado a debates técnicos sobre os impactos socioeconómicos da malária e soluções inovadoras para a erradicação.
Os líderes deverão comprometer-se a agir em conjunto, reunindo vontade política, responsabilização e financiamento sustentável para proteger os ganhos alcançados e reforçar o ímpeto de África rumo à eliminação da malária.
O ministro da Saúde cabo-verdiano anunciou, em julho, que os 30 casos de malária registados desde janeiro foram "rapidamente identificados" para travar a proliferação e tentar manter, até ao final do ano, a certificação de país livre da doença.
"Desde janeiro, são 30 casos, metade importados: estamos no limiar da perda desse estatuto de eliminação da malária e estamos preocupados", alertou, apelando à população e às autarquias para reforçarem a limpeza urbana e ajudarem a travar os mosquitos transmissores.
As estações das chuvas em África são as mais propícias à reprodução de mosquitos portadores do parasita da malária – no caso de Cabo Verde, a precipitação concentra-se entre julho e outubro.