O sistema elétrico cubano recuperou hoje parte da energia depois de um apagão geral em todo o país registado na quarta-feira, com um quarto da energia normal reposto e um sétimo da procura satisfeito.
O corte geral de energia, que afetou mais de nove milhões de cubanos, começou por volta das 09:15 (14:15 em Lisboa) de quarta-feira, alegadamente devido a uma falha na central termoelétrica Antonio Guiteras, na cidade de Matanzas (oeste), uma das principais do país.
O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero Cruz, que supervisiona os esforços de restauração da eletricidade, confirmou, nas redes sociais, que “foram restaurados 500 megawatts no país”, adiantando que os trabalhos para restaurar a energia da central onde a interrupção teve origem ainda estão em curso.
O Presidente, Miguel Díaz-Canel, realçou que todas as administrações e equipas técnicas estão a “trabalhar arduamente” para “restaurar o sistema”.
“A energia já está a chegar às centrais termoelétricas para desencadear todo o processo. Cada província está a tomar as suas próprias medidas”, explicou.
A ilha sofre frequentemente problemas de fornecimento de energia e, no início desta semana, o leste de Cuba já tinha sido palco de um corte de energia.
A duração média dos cortes em julho e agosto foi de 15 a 16 horas, de acordo com a União Elétrica Cubana.
Nos últimos dois anos, foram registadas outros quatro apagões, dois das quais devido à passagem de furacões e outros dois pela precariedade com que o sistema elétrico opera em Cuba.
O Governo reconhece o problema, mas atribui-o às más condições das instalações, agravadas pelas sanções norte-americanas.
Os apagões são já, aliás, segundo um estudo sobre direitos sociais divulgado terça-feira pelo Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), a principal preocupação da população de Cuba, à frente da crise alimentar e do custo de vida, em segundo e terceiro lugar, respetivamente.