A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do hospital de Portalegre esteve hoje novamente inoperacional, por falta de médico, mas a unidade já teve uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) como resposta de exceção.
Em comunicado, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo explicou que já esteve hoje ao serviço no hospital de Portalegre uma ambulância SIV de exceção, entre as 08:00 e as 16:00, período em que a VMER esteve inoperacional.
Esta alternativa visou “colmatar a falta de médico” na VMER no período em causa, assumiu a (ULS).
Segundo a mesma entidade, a colocação deste meio decorre do compromisso assumido entre a ULS do Alto Alentejo e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na reunião realizada na terça-feira.
E a situação vai repetir-se na quinta-feira: “O mesmo sucederá amanhã [quinta-feira], entre as 08:00 e as 18:00, pelo mesmo motivo”, ou seja, por falta de médico na VMER do hospital nesse período, lê-se no documento.
A ULS sublinhou ainda que, em parceria com o INEM, as entidades “continuam a colaborar” para manter a eficácia dos cuidados pré-hospitalares na região, bem como a “confiança das populações” nos serviços de emergência médica, em momentos em que se verifique “maior fragilidade” nas escalas.
O INEM e a ULS do Alto Alentejo argumentaram, na terça-feira, estar a “desenvolver esforços” para garantir a operacionalidade da emergência médica pré-hospitalar no distrito de Portalegre.
Em comunicado conjunto, divulgado na terça-feira, as duas entidades explicaram que estão a desenvolver esforços “face às dificuldades de preenchimento” da escala da VMER alocada ao hospital de Portalegre, decorrente da “escassez de médicos”.
“Ambas as entidades reconhecem o impacto que a inoperacionalidade deste meio de emergência médica pode ter e reafirmam o seu compromisso em garantir que esta valência se mantém dentro dos níveis de exigência e da qualidade que as populações merecem”, destacaram.
O INEM comprometeu-se, então, a “disponibilizar mais vagas” para a formação de profissionais provenientes ou indicados pela ULS Alto Alentejo.
“Irá igualmente colaborar, de forma transitória, na realocação de meios diferenciados de emergência na área de abrangência da VMER de Portalegre, em momentos em que se verifique maior fragilidade nas escalas”, disseram, no comunicado.
Contactada pela Lusa, na terça-feira, fonte do conselho de administração da ULS do Alto Alentejo indicou que, entre 01 de janeiro e 31 de julho deste ano, a VMER adstrita ao hospital de Portalegre esteve inoperacional um total de 480 horas.
A SIC noticiou, no dia 29 de agosto, que um homem, de 56 anos, morreu em Marvão, no distrito de Portalegre, devido uma paragem cardiorrespiratória.
De acordo com a estação de televisão, o homem foi assistido pelos bombeiros porque a VMER de Portalegre estava inoperacional.
Segundo a SIC, tratou-se da segunda morte neste distrito alentejano que coincidiu com períodos em que a VMER não esteve disponível.
A Lusa contactou, por correio eletrónico, a Inspeção-Geral das Atividade em Saúde acerca destas duas mortes e para saber se foram abertos inquéritos à inoperacionalidade da VMER nesses dias, mas não obteve esclarecimentos até ao momento.