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ONG disponibiliza 3 ME para apoiar infetados por VIH no sul de Moçambique

Lusa
01-09-2025 21:14h

A Organização Não-governamental (ONG) Nweti disponibilizou um total de três milhões de euros para o mecanismo de apoio a pessoas infetadas pelo VIH/Sida na província de Gaza, sul de Moçambique, disse hoje fonte da organização.

"Três milhões de euros são para aumentar a capacidade dos serviços distritais para o alcance das pessoas vivendo com o VIH, ou seja, oferta de serviços de testagem", disse hoje à comunicação social Adelito Pintainho, coordenador do projeto de VIH na Nweti.

Segundo o representante, o financiamento a ser implementado, em Mapai, Chicualacuala e Chigubo, distritos do norte de Gaza, vai servir para cobrir os custos logísticos das brigadas móveis que se deslocam para as localidades.

"Temos também, aqui nestes três milhões, atividades de fortalecimento económico onde, por exemplo, o projeto apoia pessoas locais que tenham vontade de desenvolver alguma atividade de fortalecimento económico, com alguns `kits´ iniciais", explicou.

O financiamento serve também, segundo Pintainho, para campanhas de testagem, tratamento e sensibilização sobre a doença, servindo igualmente para a compra de equipamento hospitalar e capacitação técnica de agentes da saúde, para fortalecer o sistema sanitário naqueles distritos.

Moçambique é o terceiro país com mais pessoas infetadas pelo VIH e o segundo com mais novas infeções de sida no mundo, sendo "raparigas adolescentes e mulheres jovens" as mais afetadas, segundo um relatório divulgado em maio no parlamento.

"Moçambique ocupa o terceiro lugar em termos de número de pessoas vivendo com HIV no mundo e o segundo lugar em termos de número de novas infeções", lê-se no informe anual do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao VIH, apresentado na I Sessão Ordinária da Assembleia da República, em Maputo.

De acordo com o documento, Moçambique conta com uma estimativa de 2,3 a 2,6 milhões de pessoas a viver com VIH, incluindo 125.000 a 170.000 crianças, contando com uma prevalência da doença de 12,5% em pessoas com mais de 15 anos, "sendo mais alta nas mulheres (15%) que nos homens (9,5%) da mesma faixa etária".

Estão entre os grupos mais vulneráveis e afetados pela doença no país "as raparigas adolescentes e mulheres jovens dos 15 - 24 anos", com cerca de 23 mil novas infeções registadas em 2023, taxa cerca de três vezes maior do que o número de novas infeções nos rapazes e jovens da mesma idade, explica-se ainda.

"As mulheres enfrentam uma carga desproporcional de VIH ao longo do ciclo de vida, sendo a disparidade ainda mais acentuada entre as mulheres jovens, com idades entre 20 e 24 anos, cuja prevalência de VIH é 3,1 vezes maior do que a dos seus pares masculinos (11,8% versus 3,8%)", acrescenta-se no relatório.

Os grupos vulneráveis ao vírus no país incluem, entre outros, trabalhadores móveis e migrantes (incluindo trabalhadores de minas, com 22,3% de prevalência, e motoristas de camiões de longas distância, com 15,4%).

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