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PS/Açores pede esclarecimentos sobre casos de pneumonia e riscos de legionela na Graciosa

Lusa
21-08-2025 18:37h

O PS/Açores pediu hoje esclarecimentos ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre o aumento de casos de pneumonia na ilha Graciosa e a possível relação com focos de contaminação por legionela, identificados em 2024 em espaços públicos.

Segundo um comunicado do partido, o deputado regional José Ávila questionou o executivo “sobre o número de casos de pneumonia registados entre janeiro e julho de 2025, a realização de testes específicos para identificação da bactéria, as medidas de vigilância epidemiológica implementadas, bem como as análises realizadas às águas da rede pública e dos locais onde foram identificados casos da bactéria”.

O deputado alertou “para a necessidade urgente de esclarecimentos sobre o aumento de casos de pneumonia registados na ilha Graciosa e a possível relação com focos de contaminação por legionela, identificados em outubro de 2024, em espaços públicos como os balneários da escola e do campo de futebol de Guadalupe, bem como no lar de idosos da Praia”.

“Estamos perante uma falha grave, que põe em causa a confiança da população e a segurança sanitária da ilha”, afirmou José Ávila, citado na nota.

O socialista sublinhou que a situação, que afeta diretamente crianças, idosos e a população em geral, “foi escondida durante meses, tendo sido divulgada apenas quatro meses depois e sem as devidas explicações por parte da Autoridade de Saúde Regional”.

“O que está em causa é a saúde pública da população graciosense, que exige transparência, rigor e medidas preventivas concretas. O Governo Regional tem de assumir responsabilidades, dar respostas claras e garantir que a população está devidamente informada e protegida”, disse.

O deputado do PS/Açores considera fundamental que a Autoridade de Saúde Regional assegure a identificação das fontes de contaminação, implemente planos de prevenção e erradicação da legionela e comunique de forma clara e eficaz com a população da Graciosa, “evitando novos episódios de ocultação de informação”.

Em fevereiro deste ano, a Junta de Freguesia de São Mateus da Graciosa alertou para “sérios problemas estruturais e sanitários” na única escola básica e secundária da ilha.

O presidente da junta de São Mateus, Manuel José Ramos (PS), numa nota enviada à agência Lusa, alertava que os alunos estavam impedidos de tomar duche na escola, uma vez que foi detetada legionela no edifício “há mais de três meses”.

“O problema não se restringe apenas à escola, pois a bactéria também foi encontrada no lar de idosos da freguesia de São Mateus e nos balneários do campo de futebol do Guadalupe, aumentando a preocupação sobre a segurança da água na ilha”, avisou o autarca.

Manuel José Ramos criticou a delegação de Saúde, a Câmara Municipal de Santa Cruz e o conselho executivo da escola por “não terem emitido qualquer aviso à população”, apesar da “gravidade da situação”.

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